Evangelho de João — Ênfase Teológica do Século 18

Por muitos séculos a principal ênfase na interpretação de João estava em seu significado teológico. Verificou-se, naturalmente, a diversidade considerável, particularmente entre as interpretações literais e simbólicas, mas houve unanimidade considerável em pressupostos básicos. Foi dado como certo que o texto era uma unidade, uma unidade inspirada, e que, quando bem interpretado,  fornecia uma visão de confiança em Cristo e do sentido último da vida. A tarefa do comentador era elaborar essa visão.

Ao descrever os estudos bíblicos destes séculos, por vezes, o adjetivo usado é "pre-criticar", um termo que parece sugerir que os escritores do período não usam suas habilidades críticas, os seus poderes de pensamento. É verdade que, em um nível, houve uma certa ingenuidade. Havia certas questões que não foram perguntadas, particularmente questões históricas. Mas, caracterizar o período inteiro como pre-critico é desequilibrado. Pode-se quase considerar como falta de habilidades críticas pensadores incisivas como Agostinho, Tomás de Aquino, e Calvino, os quais têm comentários escritos sobre João e todos os que, no curso de comentar o texto, têm lutado com questões básicas e desconcertantes. Parece melhor, por conseguinte, em vez de caracterizar o período como pré-crítico, se referir a ele como teológico, ou, pelo menos, para se referir a ele, de alguma forma, que traz à tona o que era, ao invés do que não era.



Bibliografia

BRODIE, Thomas L. The Gospel According to John: A Literary and Theological Commentary. Nova Iorque. Oxford University Press. 1993. pp. 3-4