O Bom Pastor e o Aprisco (João 10:16-21)

O Bom Pastor e o Aprisco (João 10:16-21)



O Bom Pastor e o Aprisco (João 10:16-21)
O Bom Pastor traz outras ovelhas para o rebanho (v. 16). O "aprisco" é o judaísmo (Jo 10:1), mas há outro aprisco: os gentios que se encontram fora da aliança de Deus com Israel (Ef 2:11 ss). No início de seu ministério, Jesus concentrou-se em cuidar das "ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt 10:5, 6; 15:24-27). Os que se converteram em Pentecostes eram judeus e prosélitos (At 2:5, 14), mas a Igreja não deveria ser um "rebanho judeu". Pedro levou o evangelho aos gentios (At 10-11), e Paulo transmitiu a mensagem aos gentios até os confins do império romano (At 13:1ss). Existe apenas um rebanho, o povo de Deus que pertence ao Bom Pastor. O povo de Deus encontra-se espalhado por todo o mundo (ver At 18:1-11), e um dia ele chamará e juntará suas ovelhas. A mensagem missionária do Evangelho de João é clara: "Porque Deus amou ao mundo" (Jo 3:16). Jesus desafiou os costumes da época e conversou com uma mulher samaritana. Recusou-se a defender a abordagem exclusivista dos líderes religiosos judeus. Morreu por um mundo perdido e deseja que seu povo alcance esse mundo com a mensagem da vida eterna. 

O Bom Pastor retoma sua vida (vv. 17- 21). Sua morte voluntária foi seguida de sua ressurreição vitoriosa. Do ponto de vista humano, tudo indicava que Jesus havia sido executado, mas do ponto de vista divino, havia entregado sua vida espontaneamente. Quando Jesus clamou na cruz: "Está consumado!", entregou o espírito ao Pai por sua própria vontade (Jo 19:30). Três dias depois, também por sua própria vontade, retomou a vida e ressuscitou dentre os mortos. O Pai deu-lhe essa autoridade como prova de seu amor. Em algumas passagens, as Escrituras ensinam que foi o Pai quem ressuscitou o Filho (At 2:32; Rm 6:4; Hb 13:20). Aqui, o Filho afirma possuir a autoridade para reaver sua vida. As duas coisas são verdade, pois o Pai e o Filho operam juntos em perfeita harmonia (Jo 5:17, 19). Em um sermão anterior, Jesus havia indicado que tinha o poder de se levantar dentre os mortos (Jo 5:26). Sem dúvida os judeus protestaram contra essa afirmação, pois era o mesmo que dizer: "Eu sou Deus!" Qual foi a reação dos ouvintes a essa mensagem? "Rompeu nova dissensão entre os judeus" (Jo 10:19). É importante observar o termo nova (Jo 7:43; 9:16). A acusação de que Jesus estava endemoninhado voltou à baila (Jo 7:20; 8:48, 52). Há gente que faz qualquer coisa para não encarar a verdade! Uma vez que Jesus Cristo é "a Porta", era esperado que houvesse divisão, pois a porta se fecha e deixa alguns do lado de dentro e outros do lado de fora. Ele é o Bom Pastor, e o pastor deve separar as ovelhas dos cabritos. É impossível permanecer neutro em relação a Jesus Cristo, pois o que cremos a respeito dele é uma questão de vida ou morte (Jo 8:24). Sua terceira declaração é a mais espantosa.