Explicação de João 9:13-34

Explicação de João 9:13-34
Explicação de João 9:13-34

9.13-15 Por que as pessoas o levaram para os fariseus? Uma resposta possível é a seguinte: Jesus tinha curado o homem em um sábado. As pessoas perceberam que Jesus havia operado outro milagre no sábado, e que os fariseus iriam querer saber sobre este evento. Este milagre era notícia porque era muito incomum (9 .3 2 ). Curar, assim como muitas outras ações definidas como trabalho, era uma atividade rigorosamente controlada no sábado. A cura deveria ocorrer somente em casos de vida ou morte, e este não era o caso do cego, que tinha convivido com a sua cegueira desde o seu nascimento. 

Os fariseus queriam saber como este homem havia recebido a sua visão, e o homem o explicou em termos bem simples. Pelo fato do homem ainda estar cego durante a conversa que teve com Jesus, ele realmente náo sabia quem Jesus era. Ele só era capaz de exclamar que podia ver. 

9.16,17 As ações de Jesus de amassar o lodo, ungir os olhos do homem, e curar o homem (cuja vida não estava em perigo), eram todas consideradas trabalho, e portanto eram proibidas. Jesus pode ter feito o lodo propositalmente a fim de enfatizar o seu ensino sobre o sábado - que é certo cuidar das necessidades dos outros mesmo que isto envolva trabalho em um dia de descanso. Mas por Jesus ter violado as leis humanas e insignificantes, eles imediatamente decidiram que ele não era de Deus. 

Mas alguns outros fariseus questionaram esta condenação: “Como pode um homem pecador fazer tais sinais?” Não há qualquer indicação de que estes homens estivessem inclinados a crer em Jesus; muito provavelmente, eles estavam se protegendo da acusação óbvia de preconceito. Portanto, havia profunda dissensão entre eles. Enquanto os fariseus conduziam investigações e debatiam a respeito de Jesus, as pessoas continuavam sendo curadas e vidas estavam sendo transformadas. O ceticismo dos fariseus não estava baseado em evidências insuficientes, mas na inveja da popularidade de Jesus, e de
sua influência sobre as pessoas.

Os fariseus mais devotos atacaram o homem curado com uma tentativa renovada de destruir o seu testemunho. Mas este mendigo que agora via, respondeu com ainda mais fervor do que anteriormente a favor daquele que o curara - ele chamou Jesus de profeta.

9.18-21 Os líderes judeus não creram que o homem tivesse sido cego, por isso chamaram os seus pais, na esperança de que eles refutassem o testemunho de seu próprio filho. O fracasso em conseguir um rápido acordo sobre o caso significava que eles precisavam rever os “fatos”. Eles perguntaram aos pais se este homem era mesmo filho deles, e se ele havia realmente nascido cego. Os fariseus estavam exasperados: “Como, pois, vê agora?” eles perguntaram, embora possamos imaginar o que esperavam que os pais respondessem. Eles conheciam o seu filho, e conheciam a sua condição anterior, mas não sabiam como ele via. Eles responderam, “Perguntai-lho a ele mesmo”. Os pais não negaram a história do filho, nem apoiaram a sua afirmação.

9.22,23 A razão para o temor dos pais era que, dizer que Jesus era o Messias, era uma atitude que poderia fazer com que fossem expulsos da sinagoga. As ordenanças judaicas estipulavam dois tipos de excomunhão: uma que duraria trinta dias até que o ofensor pudesse ser reconciliado, e uma que era um “banimento” permanente acompanhado de uma maldição. Uma vez que a sinagoga controlava cada aspecto da vida (cívico, recreacional, legal, e religioso), um indivíduo que fosse cortado da sinagoga sofreria um severo isolamento.

Mas por que um castigo tão severo seria aplicado às pessoas que seguissem a este Jesus, a quem os fariseus haviam proclamado como um falso Messias? Os fariseus estavam enfrentando uma situação politicamente perigosa. Se as pessoas levassem Jesus à força e proclamassem-no rei, Roma responderia rápida e violentamente para sufocar tal revolta. A intervenção de Roma causaria incríveis dificuldades para os judeus. Assim, os líderes religiosos optaram pelo castigo severo. Qualquer pessoa que ousasse crer em Jesus, seria expulsa da sinagoga.

9.24,25 Não satisfeitos com o seu re-exame do homem curado, os fariseus o chamaram uma segunda vez com uma ordem: Dá glória a Deus dizendo a verdade. Os fariseus tentaram fazer o homem confessar o seu erro ao proclamar Jesus como um profeta, e fazê-lo concordar com eles de que Jesus era um pecador.

Mas o homem curado não cederia; ele não diria se Jesus era um pecador ou não. O que ele iria dizer era o que tinha experimentado: “Uma coisa sei, e é que, havendo eu sido cego, agora vejo”.

9.26,27 Os fariseus implacavelmente perguntaram quem operou a cura e como ela aconteceu. Talvez eles esperassem que o homem fosse contradizer a sua história anterior para que pudessem acusá-lo. Os líderes religiosos estavam fazendo um interrogatório tão extenso sobre a identidade de Jesus, que parecia que eles estavam querendo segui-lo — quando na verdade não tinham nenhuma intenção de se tornarem seus discípulos.

Os líderes religiosos foram incapazes de sufocar a disposição que o mendigo curado tinha para testificar a favor de Jesus. Na verdade, quanto mais os fariseus interrogavam este homem que tinha recebido a visão, mais forte e mais claro se tornava o seu testemunho a favor de Jesus. A princípio, o homem reconheceu Aquele que o curara como o homem chamado “Jesus” (9.11); entáo ele entendeu que Jesus era “um profeta” (9.17); a seguir ele via Jesus como alguém que era “de Deus” e havia operado um milagre nunca feito anteriormente (9.32,33). Finalmente, quando confrontado por Jesus, ele creu que Jesus é o “Filho do Homem” (o Messias), digno de todo o louvor e adoração (9.35-38).

9.28,29 Embora os fariseus interrogassem e amaldiçoassem o homem, eles persistentemente defendiam a adesão deles a Moisés (eles confiavam que Deus havia falado a Moisés). Mas Jesus já havia lhes dito que se eles realmente conhecessem a Moisés e entendessem os seus escritos, eles conheceriam o Messias, porque Moisés escreveu a respeito dele (5.45-47). Mas quanto a Jesus, eles diziam que náo sabiam nada sobre ele. E irônico como os fariseus afirmavam náo saber de onde Jesus era, porque este era um ponto que eles acreditavam que seria verdadeiro sobre o Messias: Ninguém saberá de onde ele é (7.27). Eles se recusavam a aceitar as palavras de Jesus, ou a crer que os sinais que Ele fazia validavam as suas reivindicações. Eles escolheram rejeitá-lo.

9.30,31 Este argumento (e provavelmente seus insultos também) surpreenderam o homem curado. Então ele tentou lhes explicar que o ato de lhe dar a visão provava que Jesus era um homem a quem Deus ouvia: “Deus não ouve a pecadores; mas, se alguém é temente a Deus e foz a sua vontade, a esse ouve”. Há muitas passagens nas Escrituras que apoiam a declaração deste homem (veja, por exemplo, Jó 27.8,9; 35.12,13; Provérbios 15.29; Isaías 1.15). Quando menino, este homem curado certamente aprendeu as Escrituras, e destacou este fato a estes fariseus supostamente “letrados”. Deus não ouve os pedidos dos pecadores, mas somente os pedidos daqueles que são dedicados a Ele.

9.32-34 Jesus havia feito algo sem precedentes, mas não imprevisto. Em sua fúria, os fariseus estavam cegos para as descrições do Antigo Testamento que felam especificamente do Messias como sendo capaz de abrir os olhos de alguém cego de nascença (veja Isaías 29.18; 35.5; 42.7). De feto, muitos pensavam que a cura de um cego seria o milagre messiânico por excelência porque nunca houve registro de tal cura no Antigo Testamento. Obviamente, Jesus o havia curado; portanto, Jesus certamente era de Deus. A condenação do homem curado, devido à rejeição irracional dos fariseus a Jesus, provava muito mais do que eles poderiam expressar. Então eles o expulsaram da sinagoga.