Explicação de João 6:41-59

Explicação de João 6:41-59
Explicação de João 6:41-59

João 6

6.41-43 Os judeus murmuravam a respeito de Jesus. Eles conheciam seu pai e sua mãe, então como Ele podia dizer que desceu do céu? O que eles concluíram era lógico, mas não conheciam realmente os pais de Jesus. Jesus havia se mudado de Nazaré para Cafarnaum no início de seu ministério (veja Mateus 4.13; Marcos 1.21; João 2.12). E muito provável que seus pais e irmãos tenham ido com Ele. Os judeus em Cafernaum conheciam os pais de Jesus e, portanto, pensavam que sabiam quem Jesus era - o filho de José. Mas Jesus disse ao povo que parasse de murmurar e reclamar sobre o que Ele havia dito. Nenhum deles poderia conhecer a sua verdadeira identidade, se o Pai não a revelasse a cada um. Jesus se fundamentava nesta revelação.

6.44-46 Uma pessoa não pode vir a Jesus se não for trazida pelo Pai, ensinada pelo Pai, se não tiver ouvido do Pai, e aprendido do Pai. Deus, não a pessoa, desempenha o papel mais ativo na salvação. Quando alguém escolhe crer em Jesus Cristo como Salvador, ele ou ela o fazem somente em resposta ao estímulo do Espírito Santo de Deus. Portanto, ninguém pode crer em Jesus sem a ajuda de Deus. Quando Jesus citou os profetas dizendo, “E serão todos ensinados por Deus”, Ele estava fazendo uma alusão a uma visão do Antigo Testamento do Reino messiânico onde todo o povo seria ensinado diretamente por Deus (Isaías 54.13; Jeremias 31.31-34). Ele estava destacando a importância de não apenas ouvir, mas aprender. Nós somos ensinados por Deus através da Bíblia, de nossas experiências, dos pensamentos que o Espírito Santo traz, e dos relacionamentos com outros cristãos. Você está aberto para o ensino que o Senhor Deus quer lhe proporcionar?

A declaração anterior de Jesus sobre as pessoas serem ensinadas por Deus (e ouvirem e aprenderem do Pai) não significa que qualquer pessoa pudesse realmente ver a Deus Pai. Somente Jesus veio da presença do Pai, e somente Ele viu o Pai. Esta última declaração em si sugere privilégios divinos - porque nenhum homem jamais viu a Deus (veja 1.18; 1 Timóteo 6.15,16).

6.47 Jesus deixa claro que o crente tem a vida eterna, que começa agora. O verbo “crê” nestes versículos significa “continuar a crer”. Nós não cremos apenas uma vez; continuamos crendo e confiando em Jesus.

6.48-50 Jesus então declarou novamente (6.35), “Eu sou o pão da vida!” Esta é uma das declarações extraordinárias de “Eu sou” de Jesus registrada no Evangelho de João. Ninguém além de Jesus é o Pão que dá a vida eterna. O povo anteriormente havia falado do maná que seus pais comeram no deserto (6.31), usando este evento como um padrão para avaliar Jesus. Jesus recusou o desafio deles. O maná foi um pão físico e temporal. O povo o comia e se sustentava por um dia. Mas era necessário que conseguissem mais pão todos os dias, e este pão não poderia impedi-los de morrer.

Sem diminuir o papel de Moisés, Jesus estava apresentando a si mesmo como o Pão espiritual do Céu que satisfaz completamente, e que conduz à vida eterna. Além disso, a eficácia pessoal deste Pão não vem de vê-lo ou de reconhecer a sua origem celestial, mas de tomá-lo - de comê-lo.

6.51 Oferecer a sua carne significava que Jesus entregou o seu corpo para a morte na cruz, para que por sua morte as pessoas pudessem viver para sempre. Comer o pão vivo significa aceitar a Cristo em nossa vida e tornarmo-nos unidos a Ele. Somos unidos a Cristo de duas maneiras: (1) crendo em sua morte (o sacrifício de sua carne) e ressurreição, e (2) nos dedicando todos os dias a viver como Ele quer que vivamos, dependendo de seu ensino para que tenhamos direção, e confiando no Espírito Santo para que tenhamos poder. Da mesma forma que os judeus dependiam de pão para terem a força cotidiana, e o apreciavam como uma parte principal de seu cardápio, assim devemos depender do Cristo vivo em nossa vida diária, desejando-o com fervor.

6.52,53 Em vez de responder diretamente a pergunta deles sobre como poderia lhes dar a sua carne para comer, Jesus enfatizou outra vez a necessidade de se comer a sua carne, e também de se beber o seu sangue. Ninguém poderia receber a sua vida até que o doador morresse derramando o sangue de sua própria vida. Portanto, Jesus quer que aceitemos, recebamos, e até mesmo assimilemos o significado de sua morte, a fim de que recebamos a vida eterna. Os cristãos fazem isto freqüentemente quando comemoram a Ceia do Senhor. Mas os cristãos não devem limitar isto somente à celebração da Ceia do Senhor (que alguns chamam de Eucaristia); os cristãos podem participar de Jesus em todos os momentos da vida.

6.54,55 Aqueles que comem a carne de Jesus e bebem o seu sangue têm a vida eterna. Aqueles que aceitam pela fé a morte sacrificial de Jesus recebem a vida eterna.

6.56 Esta é a primeira menção de “habitação mútua” neste Evangelho (isto é, uma habitação simultânea de duas pessoas em um ser, também conhecida como “co-existência”). Quando recebemos Jesus, permanecemos nele e Ele permanece em nós.

6.57 Aqui Jesus apontou para o seu relacionamento com o Pai como um modelo de união vital que Ele compartilharia com cada crente. Jesus disse que Ele mesmo vive pelo poder do Pai... que o enviou, de forma que aqueles que tomam parte na vida de Jesus, viverão por causa de Jesus.

6.58,59 Este versículo resume o discurso e repete os pontos principais da mensagem de Jesus. Ele contrastou outra vez a si mesmo como o verdadeiro pão do céu que dá vida, com o maná que não podia dar a vida eterna àqueles israelitas que o comeram. Jesus disse essas coisas na sinagoga, ensinando em Cafarnaum aos judeus que estavam reunidos ali para a adoração.