Explicação de João 6:1-15
Explicação de João 6:1-15
6.1 Jesus partiu para o outro lado do Mar da Galileia, um grande corpo de água (que é na verdade um lago, de treze por sete milhas) que recebeu o nome de Mar de Tiberíades por Herodes Antipas em homenagem ao imperador romano Tibério em 20 d.C.
6.1 Jesus partiu para o outro lado do Mar da Galileia, um grande corpo de água (que é na verdade um lago, de treze por sete milhas) que recebeu o nome de Mar de Tiberíades por Herodes Antipas em homenagem ao imperador romano Tibério em 20 d.C.
6.2-4 Jesus era popular, e uma grande multidão o seguia, principalmente por causa dos sinais que operava sobre os enfermos. Presumivelmente para continuar a ensinar, Jesus subiu ao monte (o Mar da Galileia é cercado por montes) e assentou-se ali com os seus discípulos. João menciona três celebrações da Páscoa neste Evangelho: a primeira em 2.13 (quando Jesus estava em Jerusalém), a segunda aqui (quando Jesus permaneceu na Galileia), e a terceira em 12.12 (quando Jesus foi para Jerusalém e foi crucificado pouco tempo depois).
6.5,6 As multidões seguiam Jesus subindo os montes. Quando Jesus as viu, Ele perguntou a Filipe onde comprariam pão para estes comerem. Se alguém sabia onde conseguir comida, seria Filipe porque ele era de Betsaida, uma cidade há cerca de quatorze quilômetros dali (1.44). Jesus estava testando Filipe para fortalecer a sua fé. Ao pedir uma solução humana (sabendo que não havia nenhuma), Jesus destacou o ato poderoso e miraculoso que Ele estava prestes a realizar.
João nos dá uma pista: Jesus estava experimentando Filipe, porque Ele bem sabia o que havia de fazer. No uso habitual, a palavra “experimentar” (peirazo) tem um significado neutro. Ela se refere a uma experiência de provação como o teste de Jesus no deserto ou o teste de Abraão no sacrifício de Isaque. Em todos estes casos, Deus permitiu que o teste ocorresse, não esperando falha, mas colocando a pessoa em uma situação em que a sua fé pudesse ser fortalecida. Jesus não queria que Filipe perdesse o que Ele estava prestes a fazer.
6.7-9 Filipe percebeu que pelo número de pessoas que subiam em sua direção, duzentos dinheiros de pão não lhes bastariam, para que cada um deles tomasse um pouco. Mas, na verdade, Filipe não respondeu realmente a pergunta de Jesus. O Senhor havia lhe perguntado onde eles poderiam comprar comida; Filipe respondeu com o que ele percebia ser o problema maior - o dinheiro que seria necessário para fornecer a comida. Neste momento, André (que é geralmente apresentado nos Evangelhos como o irmão de Simão Pedro, e que assume uma posição subordinada a ele) aproveitou uma oportunidade para juntar-se à discussão. Aparentemente um rapaz que havia ouvido casualmente a conversa tirou o seu almoço e o ofereceu. Foi André que inadvertidamente respondeu a pergunta original de Jesus. Ele destacou que a única comida disponível era o almoço do rapaz: cinco pães de cevada e dois peixes. (Pães de cevada e peixes eram a refeição dos pobres). Então André acrescentou o repúdio: “Mas que é isso para tantos?” Não podemos ter certeza se André estava falando com humor ou através de uma hipérbole, mas podemos estar bem certos de que ele não esperava o que se seguiria.
6.10-13 O que foi oferecido era suficiente para Jesus. Ele disse que os discípulos deveriam mandar que os homens se assentassem. Os homens (a palavra grega significa “indivíduos do sexo masculino”) eram em número de quase cinco mil. Portanto, com mulheres e crianças, havia muitos mais. Então Jesus tomou os pães e, havendo dado graças, repartiu-os pelos discípulos, e os discípulos, pelos que estavam assentados. Os peixes também foram distribuídos de igual modo. Depois que todos haviam comido e estavam saciados, eles ainda tinham os pedaços que sobejaram; e os discípulos encheram doze cestos com os pedaços dos cinco pães de cevada que sobraram. Este milagre e estas sobras revelam Jesus mais uma vez como o Senhor que é completamente suficiente. As nossas necessidades e problemas não são obstáculos para Ele, porque o seu poder abundante transcende qualquer necessidade ou problema que coloquemos diante dele.
6.14 As pessoas viram e encheram seus estômagos como resultado deste sinal - quem poderia ter perdido isto? - e isto os levou a crer que Jesus era o Profeta que Moisés havia predito (Deuteronômio 18.15-18). João não diz que o povo estava errado ao pensar em Jesus como “o Profeta”, mas o versículo seguinte mostra que eles pensavam que este Profeta devia ser um líder político. Nisto eles estavam errados. Eliseu prefigurou este Profeta (que se assemelhava ao Messias) que viria. De acordo com 2 Reis 4.42-44, Eliseu alimentou cem homens com vinte pães (uma proporção de 5.1). Mas Jesus alimentou cinco mil com cinco pães (uma proporção de 1000:1)! Em Isaías 25.6-9, o profeta disse que o Messias prepararia um grande banquete para todo o povo: judeus e gentios. Este milagre mostra que Jesus é o Messias.
6.15 Durante o ministério de Jesus, o fervor nacionalista estava em alta; o povo queria um rei, um líder que libertasse Israel de Roma. O povo esperava isto do futuro Messias-Rei. Quando Jesus percebeu a intenção deles, partiu. O Reino de Jesus não seria terreno; seu Reino não seria estabelecido por um maremoto de popularidade. Esta mesma oportunidade de poder político já havia sido oferecida a Jesus por Satanás no deserto (Mateus 4.1-11). Jesus sabia que a oportunidade imediata não era nada se comparada com aquilo que Deus havia planejado (veja Daniel 7.13,14).