Explicação de João 5:1-15

Explicação de João 5:1-15

Explicação de João 5:1-15

5.1 Todos os homens judeus eram solicitados a ir até Jerusalém para participar de três festas: (1) a Festa da Páscoa e dos Pães Asmos, (2) a Festa das Semanas (também chamada de Pentecostes), e (3) a Festa dos Tabernáculos. Embora este dia santo em particular não seja especificado, a frase explica por que Jesus estava em Jerusalém.

5.2-4 Os leitores familiarizados com Jerusalém teriam conhecimento da Porta das Ovelhas (ela é mencionada em Neemias 3.1,32; 12.39). Escavações recentes mostram que este local tinha dois tanques com cinco pórticos cobertos. Estes eram estruturas abertas com telhados que permitiam alguma proteção das intempéries. Uma multidão de enfermos ficava nos pórticos. As pessoas faziam peregrinações ao tanque de Betesda para receberem o benefício de cura das águas.

O versículo 4 não está incluído nos melhores manuscritos. Onde ele ocorre nos manuscritos posteriores, é freqüentemente marcado de tal forma a mostrar que é uma adição. A passagem foi provavelmente inserida posteriormente pelos escribas que acharam necessário fornecer uma explicação para o ajuntamento de pessoas deficientes e da agitação da água mencionada no versículo 7. A água se agitava e cria-se que um anjo a revolvia. A crença era de que a primeira pessoa que entrasse na água, depois que ela fosse agitada, seria curada.

5.5-8 Estava deitado ali um homem que, havia trinta e oito anos, se achava enfermo. Jesus, sabendo que ele estava neste estado havia muito tempo, lhe perguntou, “Queres ficar são?” A pergunta de Jesus nos mostra que Ele não irá impor a si mesmo sobre ninguém. Ele procura a permissão antes de intervir na vida de uma pessoa. O homem indiretamente respondeu a Jesus dizendo que não tinha sido capaz de ser curado, porque os outros entravam na água antes dele. Mas ao fazer esta declaração, o homem admitiu que precisava de ajuda. A sua esperança de cura estava presa por trás de sua desesperança de nunca ter a ajuda necessária para entrar na água a tempo. Jesus ofereceu ajuda, mas não o tipo de ajuda que o homem esperava. Jesus disse simplesmente, “Levanta-te, toma tua cama e anda” ; E o homem respondeu imediatamente.

5.9 Este milagre deveria ter revelado aos judeus em Jerusalém que o Messias estava finalmente presente, porque Isaías havia profetizado isto (Isaías 35.5,6). Em vez disso, eles escolheram se concentrar em outra questão: E aquele dia era sábado. Podemos presumir que, se as águas tivessem sido agitadas no sábado e ele tivesse sido curado ao entrar nelas, os judeus não teriam discutido a sua cura. Mas estes líderes religiosos não iriam permitir que o Deus encarnado violasse as leis, curando diretamente este homem.

5.10 Não há nada na lei de Deus que torne ilícito levar a cama no sábado. Mas o homem violou a aplicação legalista dos fariseus do mandamento de Deus para se honrar o sábado. A ordenança contra carregar algo no sábado era a última de trinta e nove regras na “tradição dos anciãos” que estipulavam os tipos de trabalho que eram proibidos no sábado. Esta era apenas uma das centenas de regras que os líderes judeus haviam acrescentado à lei do Antigo Testamento.

5.11-13 Nesta interação entre o homem que foi curado e os líderes judeus em Jerusalém, o homem disse que não sabia quem o havia curado. A ignorância do homem é bem possível, porque Jesus não se identificou e se havia retirado imediatamente para o meio da multidão. Ao mesmo tempo, porém, o homem curado parecia estar mais ansioso por culpar aquele que o havia curado por tê-lo feito andar com a sua cama, do que exclamar sobre a sua cura.

5.14,15 Talvez o homem tivesse ido ao Templo para dar graças a Deus pela sua cura. Quando Jesus o encontrou, disse lhe: “Não pequeis mais, para que te não suceda coisa pior” . Esta declaração leva à conclusão de que a doença do homem foi causada de alguma maneira pelo pecado. Isto não contradiz o que Jesus disse em 9.3 sobre o homem cego de nascença, porque Jesus não disse que o cego nunca pecou; antes, o Senhor estava enfatizando que o pecado não havia causado a sua cegueira. Um dos resultados do pecado é o sofrimento, mas nem todo sofrimento é o resultado de algum pecado pessoal.

Neste caso, Jesus procurou o homem curado para adverti-lo de que, embora estivesse curado fisicamente, os seus trinta e oito anos de deficiência física não seriam nada se comparado a algo pior - isto é, à eternidade no inferno. O homem precisava parar de pecar e vir para a salvação em Cristo. Ele tinha sido paralítico, mas agora podia andar. Este foi um grande milagre. Mas ele precisava de um milagre ainda maior — ter os seus pecados perdoados. O homem estava alegre por estar curado fisicamente, mas tinha que se converter de seus pecados e buscar o perdão de Deus para ser curado espiritualmente. Depois deste encontro, o homem disse aos líderes judeus o que não havia podido lhes dizer antes: Jesus era o que o curara. Este relatório deu início à perseguição dos judeus a Jesus - uma perseguição que continuou daquele dia em diante.