Explicação de João 4:42-54

Explicação de João 4:42-54

Explicação de João 4:42-54

4.39-42 Em princípio, muitos dos samaritanos que creram em Jesus foram atraídos pelo testemunho da mulher a respeito do misterioso homem que lhe havia dito tudo que ela tinha feito na vida. Eles rogaram que Jesus permanecesse na cidade, e por isso os outros também creram quando chegou sua vez de ouvir Jesus. Muitos samaritanos tinham vindo para saber de forma absoluta e positiva que Jesus era o Salvador do mundo. Essa última declaração representa o clímax dessa passagem (4.1-42), pois descreve o que Jesus veio ser; não apenas o Messias dos judeus, mas também o salvador do mundo.

4.43,44 De acordo com o versículo 3, Jesus deixou a Judeia e se dirigiu à Galileia. Ele passou por Samaria nesta jornada, e permaneceu ali durante dois dias (4.40). Então, após estes dois dias, Jesus foi para a Galileia, um local considerado como a sua própria terra, pois o Senhor foi criado em Nazaré, que era uma cidade da Galileia. Jesus se dirigiu aos galileus sabendo que o receberiam como alguém que fazia milagres, mas não como um profeta, e muito menos como o Messias.

4.45 A afirmação de que os galileus tinham visto todas as coisas que Jesus tinha feito em Jerusalém, ou seja, sinais e milagres, é uma referência a 2.23, que diz que o povo reunido em Jerusalém (dentre os quais estavam estes galileus) durante a Páscoa creu em Jesus devido aos sinais que eles o viram fazer.

4.46-50 Jesus chegou a Caná, onde havia feito um milagre (veja 2.1-11) e seu nome se tomara conhecido, assim esse oficial do rei foi ao seu encontro. Esse homem era provavelmente um membro da corte de Herodes, que ocupava alguma posição em Cafarnaum, há aproximadamente trinta quilômetros de Caná. Embora esse milagre apresente semelhanças com aquele registrado em Mateus 8.5-13 e Lucas 7.2-10 (ambos tratam da cura do servo de um soldado), eles parecem ser acontecimentos diferentes. Todos os autores dos Evangelhos deixam implícito que os milagres registrados eram exemplos da obra de Jesus.

Quando o oficial pediu a Jesus que curasse o seu filho que estava enfermo, Jesus respondeu, “Se não virdes sinais e milagres, não crereis?” Ele estava aproveitando a oportunidade para se dirigir a todos os galileus (2.23; 4.45) e repreendê-los por serem ávidos por milagres. Mas esse galileu não era um caçador de milagres, ele precisava de alguma coisa e acreditava sinceramente que Jesus podia atendê-lo. Por isso, ele foi atendido. O homem creu nas palavras de Jesus: “Vai, o teu filho vive” e voltou para casa. Esse oficial creu nas palavras de Jesus, e a cura aconteceu. Ele era o tipo de homem que mais tarde Jesus chamaria de “bem-aventurado”, pois não tinha visto, mas assim mesmo creu (veja 20.29). As palavras de Jesus são palavras de vida (veja 5.24,25; 6.68).

4.51-53 Os detalhes contidos nesse versículo informam ao leitor que esse milagre ocorreu exatamente no momento em que Jesus proferiu as palavras, “Vai, o teu filho vive”. Embora o filho do oficial estivesse há trinta quilômetros de distância, ele foi curado quando Jesus disse essas palavras. A distância não representava nenhum problema porque Cristo domina o tempo e o espaço. Esse milagre produziu fé no oficial e em todo o seu lar (inclusive nos membros da família e nos servos). Existem culturas onde a palavra ou a crença do chefe da casa se torna a crença de cada membro da família. O Novo Testamento evidencia esse tipo de resposta em mais de um caso (At 10.2; 16.15,33).

4.54 O primeiro sinal foi a transformação da água em vinho nas bodas de Caná (2.1-11), e o segundo milagre foi a cura da criança moribunda. De acordo com o Evangelho de João, os milagres de Jesus eram “sinais” que revelavam às pessoas o seu autor: Jesus, o Messias, o Filho de Deus. Se o milagre produzisse a fé em Jesus somente como um realizador de milagres, e não como o Filho de Deus, então as pessoas não estariam entendo o verdadeiro sinal que estava sendo transmitido pelos milagres.