Explicação de João 15:18-27
Explicação de João 15:18-27
15.18, 19 Jesus foi odiado desde o início (quando Ele era um bebê, o rei Herodes o procurou para matá-lo - Mateus 2.13-16). Ele foi odiado no final de sua vida na terra, quando o povo o rejeitou como Salvador e exigiu a sua crucificação. O mesmo mundo certamente iria odiar aqueles que proclamassem fidelidade ao Senhor crucificado. Jesus quer que os crentes se destaquem. Ele nos separa do mundo. Sua escolha e a nossa separação do mundo nos fazem santos e nos fazem crescer. A mesma separação desperta a animosidade do mundo. Ele preferiria que fôssemos como ele. Como não somos, ele nos odeia (veja 1 Pedro 4.3,4).

15.20, 21 Jesus tinha dito isto aos discípulos mais cedo, naquela mesma noite (13.16; também Mateus 10.24). Ele tinha estado falando da necessidade deles imitarem os seus atos de servir com humildade. Eles também precisavam entender que, se o seu Senhor não era respeitado nem honrado pelo mundo, eles deveriam esperar um tratamento pior. Perseguir aos crentes é perseguir a Cristo porque os crentes são uma extensão de Cristo, da mesma maneira como os ramos são uma extensão da videira. Mas apesar de certa perseguição, os crentes são convocados a transmitir o Evangelho - isto inclui não apenas contar a história, mas também fazer o convite para que as pessoas aceitem a Jesus como Salvador e Senhor. Embora tenhamos que enfrentar aqueles que nos odeiam porque pertencemos a Cristo, também é verdade que aqueles que guardarem a palavra de Jesus também guardarão a dos discípulos.
15.22-25 Jesus disse que os judeus não teriam pecado por rejeitar a Deus se não tivessem rejeitado a Jesus Cristo - que era Deus em carne. Mas como eles realmente rejeitaram a Jesus, que veio revelar Deus Pai a toda a humanidade, eles não tinham desculpa do seu pecado. A sua rejeição de Jesus fez com que o seu pecado ficasse completamente exposto porque, como disse Jesus, aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Na verdade, eles odiavam ao Pai e ao Filho - mesmo depois de ver as obras maravilhosas que Jesus realizou.
Toda a nação deveria ter reconhecido e respondido positivamente ao Messias. Ironicamente, as suas próprias Escrituras prediziam esta rejeição e este ódio. Jesus sabia que o ódio cumpria a palavra que estava escrita na sua lei (veja SI 69.4). Os judeus não tinham razão para odiar a Jesus - Ele veio como seu Salvador, cumprindo as Escrituras, realizando tais obras, quais nenhum outro tinha feito, e prometendo a vida eterna a quem cresse nele. Mas as pessoas pensavam que estavam servindo a Deus ao rejeitar a Jesus, quando na realidade estavam servindo a Satanás (8.44).
15.26,27 Em 14.26,Jesus tinha dito que o Pai enviaria o Consolador, o Espírito da verdade. A palavra Consolador transmite a ideia da obra do Espírito que ajuda, incentiva e fortalece, pois Ele representa a Cristo. O Espírito da verdade aponta a obra de ensino, esclarecimento e lembrança realizada pelo Espírito. O Espírito Santo ministra tanto para a mente quanto para o coração, e ambas as dimensões são importantes. O Espírito viria aos crentes e testificaria sobre Jesus. Estes discípulos eram a ligação vital entre Jesus Cristo e todos os crentes subsequentes. Eles precisariam que o Espírito Santo os lembrasse de que enquanto pregassem, ensinassem e escrevessem, eles estariam transmitindo a verdade do Evangelho. O Espírito Santo cuidaria para que o testemunho deles não fosse prejudicado pela perseguição. Jesus já tinha advertido estes homens sobre a perseguição que viria para que eles não fossem surpreendidos.
Os discípulos iriam testificar a outros que Jesus é o Messias. O Espírito Santo iria testificar preparando os corações e as mentes das pessoas, convencendo-as da verdade do Evangelho e capacitando-as a receber a mensagem. Em termos de aplicação, este versículo se estende a todos os cristãos. Todos os cristãos são convocados a testificar a respeito de Jesus, permitindo que o Espírito Santo os ajude nas épocas de perseguição e os lembre da verdade da palavra e da obra de Deus nos corações e nas mentes dos seus ouvintes. tropeçassem ou caíssem quando as dificuldades viessem. Jesus queria que se lembrassem de que Ele tinha predito a sua própria perseguição e a deles, para fortalecê-los para as épocas difíceis que viriam. Ele também queria que eles se lembrassem do resto dos seus ensinos (essas coisas). As suas predições exatas aumentariam a confiança deles nas suas instruções.
Em 9.22 e 12.42 vimos que os líderes religiosos tinham decidido que qualquer um que confessasse a fé em Jesus como o Cristo seria expulso da sinagoga. Jesus predisse que isto aconteceria aos discípulos. Na época em que era feito o registro do Evangelho de João, os cristãos já eram freqüentemente barrados nas sinagogas. A profecia de que alguns seriam mortos também se cumpriria dentro de pouco tempo. Um dos primeiros diáconos da igreja, Estevão, se tornaria o primeiro mártir da fé (At 7.54-60). Tiago, um dos discípulos que estavam com Jesus durante os seus ensinos, seria levado à morte pelo rei Herodes (At 12.1,2). Saulo de Tarso - antes da sua conversão - passava pela região procurando e perseguindo cristãos, convencido de que estava servindo a Deus ao matar aqueles que proclamavam a Jesus como seu Messias (At 9.1,2; 26.9-11; G 11.13,14; Fp3.6).