Explicação de João 14:15-31
Explicação de João 14:15-31
14.15, 17 Antes disso, Jesus tinha rogado aos discípulos que se amassem uns aos outros. Então o Senhor falou do amor que sentiam por Ele. Amar verdadeiramente a Jesus requer que façamos o que Ele ordena. A vida eterna é um dom pelo qual não podemos trabalhar; não é possível recebê-la como um pagamento. Uma vez que começamos esta vida com Cristo, o nosso amor e a nossa obediência os mandamentos de Cristo se tornam a evidência de que Ele está em nós. Esta é a ênfase de João em sua primeira epístola (veja 1 João 5.2,3). Várias traduções usam palavras diferentes para o Espírito Santo aqui; Advogado, Ajudador, Consolador. A palavra grega parakletos denota o Ajudador ou Conselheiro que está sempre presente para oferecer um cuidado especial em tempos de necessidade. Mas o Espírito Santo é mais do que um Consolador, Ajudar e Conselheiro; Ele também é um Advogado e um Encorajador. Neste contexto, também fica claro que o Espírito Santo é o “Representante” do Filho, assim como o Filho estava sendo o “Representante” do Pai.
14.15, 17 Antes disso, Jesus tinha rogado aos discípulos que se amassem uns aos outros. Então o Senhor falou do amor que sentiam por Ele. Amar verdadeiramente a Jesus requer que façamos o que Ele ordena. A vida eterna é um dom pelo qual não podemos trabalhar; não é possível recebê-la como um pagamento. Uma vez que começamos esta vida com Cristo, o nosso amor e a nossa obediência os mandamentos de Cristo se tornam a evidência de que Ele está em nós. Esta é a ênfase de João em sua primeira epístola (veja 1 João 5.2,3). Várias traduções usam palavras diferentes para o Espírito Santo aqui; Advogado, Ajudador, Consolador. A palavra grega parakletos denota o Ajudador ou Conselheiro que está sempre presente para oferecer um cuidado especial em tempos de necessidade. Mas o Espírito Santo é mais do que um Consolador, Ajudar e Conselheiro; Ele também é um Advogado e um Encorajador. Neste contexto, também fica claro que o Espírito Santo é o “Representante” do Filho, assim como o Filho estava sendo o “Representante” do Pai.
A expressão outro Consolador significa “outro consolador do mesmo tipo que o primeiro”. Isto sugere que Jesus foi o primeiro Consolador (veja 1 João 2.1), e que o Espírito seria um Consolador semelhante a Jesus. Quando Jesus não estivesse mais com os discípulos fisicamente, o Espírito Santo seria o companheiro constante deles para guiá-los, ajudá-los e capacitá-los para as tarefas que estivessem à frente. Jesus identificou o Consolador como aquele que nos guiará em toda verdade porque Ele é o Espírito que revela a verdade a respeito de Deus. Pode parecer, a princípio, que o mundo em geral não pode receber o Espírito por causa de seu pecado e desobediência. Mas se este fosse o caso, ninguém poderia aceitar o Espírito, porque todos nós pecamos e somos desobedientes. Em vez disso, o mundo não pode receber este Espírito da verdade porque o mundo nào o vê, nem o conhece. Da mesma forma que Jesus não foi aceito pelo mundo (veja 1.11,12), o Espírito também não seria recebido. Mas os discípulos (e todos os crentes) podem receber o Espírito Santo, porque Jesus disse: “Mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. Os discípulos, homens pecadores, não esclarecidos em seu entendimento até este ponto, e até mesmo um pouco gananciosos em seus pedidos por posições no Reino de Deus, seriam capazes de conhecer o Espírito, porque o Espírito viria para morar neles, ajudando-os a entender e capacitando-os para fazerem as grandes obras de Deus. O mundo se recusou a conhecer a Jesus; mas qualquer um que o busque com sinceridade, não importando quão pecador ou quão ignorante seja, que humildemente venha a Jesus, pode receber o precioso Espírito Santo em sua vida.
14.18, 19 Esta declaração mostrou o cuidado paternal de Jesus pelos seus, aqueles a quem Ele amou (veja 13.1); ela também afirmou a presença de Jesus com os discípulos através do Espírito da verdade, porque Ele disse: “Voltarei para vós”. Após a ressurreição, o Senhor Jesus apareceu aos discípulos em seu corpo glorioso da ressurreição, e lhes falou antes de voltar ao Pai (20.19-21.25). Naquele momento, Ele soprou o Espírito Santo sobre os seus discípulos (20.22). Isto assegurou aos discípulos que o Senhor viria a eles quando o Espírito lhes fosse dado. Esta vinda demoraria apenas um pouco, e seria o período em que Jesus passaria pela crucificação, sepultamento e ressurreição (veja 16.16-23). Os discípulos, e muitos dos seguidores de Jesus, viram-no em suas aparições já ressuscitado (veja 20.20,26; 21.1,14). Através da Ressurreição, o Jesus vivo tornou-se a vida dos discípulos, porque eles se tornaram unidos a Ele como ramos em uma videira. Este é o intento que está por trás das palavras: “Porque eu vivo... vós vivereis”. Como a vida do Filho é dependente da vida do Pai (5.26; 6.57), assim a vida do crente é dependente da vida do Filho. A realidade da Ressurreição torna-se a base para a nossa esperança de vida eterna.
14.20 Depois que Jesus fosse ressuscitado, os discípulos iriam perceber por experiência própria que Jesus vivia em seu Pai, eles viviam em Jesus, e Jesus vivia neles. Em outras palavras, eles começariam a saber o que significava viver em Deus, e ter Deus vivendo neles.
14.21 Nós, que amamos Jesus, demonstramos o nosso amor guardando os mandamentos de Jesus. Amar significa mais do que palavras. Requer compromisso e ação. Se amamos a Cristo, então devemos provar isto obedecendo ao que Ele diz em sua Palavra. Por sua vez, o Pai e o próprio Senhor Jesus nos amam. Além disso, Jesus se manifesta àqueles que o amam. Visto que a palavra grega traduzida como manifestar (ou revelar) significa “aparecer”, é provável que Jesus estivesse falando de suas aparições aos discípulos após a sua ressurreição. Mas a declaração vai além daquele momento especial e inclui os crentes de todas as épocas. Para todos aqueles que o amam e que o obedecem, Ele se manifesta como uma presença invisível e espiritual (veja 20.29; 2 Coríntios 4.6).
14.22 João nos esclareceu que este não é Judas Iscariotes, mas Judas o filho de Tiago (veja Lucas 6.16). Este discípulo perguntou a Jesus como Ele iria se manifestar apenas aos discípulos e náo ao mundo. Pode ser que os discípulos ainda estivessem esperando que Jesus estabelecesse um reino terreno e derrubasse Roma; eles achavam difícil entender por que Ele não dizia ao mundo em geral que era o Messias. Ou ao menos sentiam que se Jesus fosse ressuscitar dos mortos, todos deveriam ver este fato e saber a respeito dele, porque com certeza, então, creriam. Mas Jesus explicou que tal revelação ao mundo não estava nos planos - pelo menos não naquele momento. Nem todos entenderiam a mensagem de Jesus, e um mundo endurecido e incrédulo não creria nem mesmo em alguém que tivesse voltado dos mortos (Lucas 16.31). Desde o Pentecostes, o Evangelho do Reino tem sido proclamado em todo o mundo, e mesmo assim nem todos são receptivos a ele. Jesus se manifesta mais profundamente para aqueles que o amam e o obedecem.
14.23 Com efeito, a resposta de Jesus reafirmou a Judas e aos discípulos que nem Ele nem o Pai os abandonariam. A princípio, deve ter parecido aos discípulos que eles não possuíam qualquer vantagem sobre todas as demais pessoas - Jesus morreria e os deixaria. Ao responder a pergunta de Pedro no capítulo anterior, Jesus havia explicado que, como em oposição aos líderes judeus que foram informados que não poderiam ir aonde Jesus estava indo, os discípulos seriam capazes de estar com Jesus, mas isto ocorreria mais tarde (veja 7.32-34; 13.36). Aqui Jesus ofereceu o maior de todos os confortos - para estes discípulos, não haveria realmente qualquer separação dele. Pelo fato de Jesus voltar para o Pai, o Espírito Santo se tornaria disponível, permitindo a cada crente um acesso constante ao Pai e ao Filho. Uma bênção está reservada para aqueles que amam Jesus: o Filho e o Pai
vêm a ele, e fazem nele morada.
14.24 A obediência vem do amor e da confiança. Desse modo, uma pessoa que não ama Jesus não o obedecerá. Uma forma sóbria de declarar o ponto que Jesus está abordando é dizer: “A qualidade de nossa obediência é um reflexo direto do amor que sentimos por Jesus”. Jesus repetiu que tudo o que Ele disse foi proveniente do próprio Deus (veja também 12.49; 14.10).
14.25 Jesus disse as suas últimas palavras aos seus discípulos. Os dias a seguir trariam alguns acontecimentos terríveis, e depois outros gloriosos; mas Jesus náo poderia falar com os seus discípulos durante estes eventos. Antes que os discípulos pudessem entender algo mais, a morte e a ressurreição de Jesus teriam que ocorrer. Então, o entendimento dos discípulos seria aumentado através da vinda do Espírito Santo.
14.26 O Consolador, o Espírito Santo, seria enviado como o Representante de Jesus. O Espírito também iria lembrar os discípulos do que Jesus lhes havia dito. Os apóstolos se lembraram e escreveram com a ajuda do Espírito. O Evangelho de João - e até mesmo todo o Novo Testamento — não existiria se não fosse por esta obra do Espírito Santo, de fazer com que os discípulos se lembrassem de tudo o que aconteceu.
No caso dos discípulos, o Espírito Santo guiou o registro do Novo Testamento de uma forma incomparável, lembrando-os de todas as coisas. Este processo ainda está em pleno vigorem nossos dias. Nós também temos este precioso Espírito, que nos lembra de todas as coisas. Os discípulos primeiro ouviram Jesus falar; nós descobrimos as palavras de Jesus nas Escrituras. Ler, estudar, memorizar, meditar, e obedecer são ações que implantam as palavras de Cristo firmemente dentro de nós, e o Espírito Santo faz com que nos lembremos de sua aplicação à medida que nos movemos pela vida.
14.27 Este versículo ecoa o primeiro capítulo. A paz de Jesus não garantiria a ausência de dificuldades - porque o próprio Senhor Jesus enfrentou lutas espirituais, físicas e emocionais torturantes nas horas que se seguiram. Em vez disso, a paz de Jesus provê força e conforto para que suportemos as cargas a que somos chamados para carregar. Jesus deu aos discípulos a paz que os ajudaria em seus próprios momentos de provação, que os aguardavam mais adiante. Depois de três dias, o Jesus ressuscitado viria a eles, e outra vez lhes daria a sua paz (20.19).
A paz que Jesus oferece aos seus discípulos não é como a paz que o mundo dá. É a sua paz, a paz que Ele exemplificou todos os dias de sua vida. A paz, de Jesus náo retira o conflito, a dor, ou a morte. Na verdade, quanto mais intensas as dificuldades, mais evidente se torna a paz de Jesus. Jesus obtinha
a sua paz do relacionamento que Ele tinha com o Pai.
Pecado, medo, incerteza, e dúvida trabalham para nos tornar perturbados e temerosos. A paz de Deus se move dentro dos nossos corações e das nossas vidas para conter estas forças hostis, e oferece conforto no lugar do conflito. Jesus diz que nos dará esta paz se estivermos dispostos a aceitá-la. A obra do Espírito Santo em nossa vida traz uma paz profunda e duradoura. Temos uma garantia confiante em qualquer circunstância; com a paz de Cristo, não temos a necessidade de temer o presente ou o futuro.
14.28 Jesus repetiu que o que havia dito em 14.3. Embora Jesus estivesse triste por deixar os seus discípulos, Ele estava feliz por voltar ao seu Pai. Se os discípulos verdadeiramente amassem Jesus, eles entenderiam isto e exultariam por Ele - em vez de se sentirem tristes por si mesmos. Ao dizer que o Pai era maior do que si mesmo, Jesus estava afirmando o seu papel como o servo do Pai, porque o Filho foi enviado para fazer a vontade do Pai. Isto não nega a sua igualdade com Deus (veja
10.30); antes, afirma a atitude humilde de Jesus em seu relacionamento com Deus Pai.
14.29 Jesus falou aos discípulos sobre a sua partida iminente e também sobre a sua volta, para que eles reconhecessem estes acontecimentos, percebessem que Ele sabia tudo a respeito deles, e cressem que Jesus sustenta as suas reivindicações. Jesus lhes deu as ferramentas e os recursos necessários para entenderem os eventos futuros, embora no momento em que Ele os deu, eles não tenham tido a capacidade de apreciar o seu valor.
14.30, 31 A hora estava às portas; Jesus estava prestes a deixar os seus discípulos e ir para a cruz. Assim fazendo, Ele enfrentaria o príncipe deste mundo (12.31) que tinha o poder da morte (Hebreus 2.14). Embora Satanás fosse incapaz de suplantar Jesus (Mateus 4), ele ainda tinha a arrogância para tentar. O poder de Satanás só existe porque Deus permite que ele aja. Mas pelo fato de Jesus não ter pecado, Satanás não tem nenhum poder sobre Ele. Satanás não seria capaz de exercer este poder sobre Jesus, porque Jesus venceria a morte. Jesus enfrentou a morte como alguém que o fez por amor ao seu Pai, porque seu Pai o tinha enviado para morrer pelos pecados do mundo. Ironicamente, quando Jesus morreu, Satanás pensou que tinha vencido a batalha. Ele não percebeu que a morte de Jesus fazia parte do plano desde o princípio. Ao morrer, Jesus derrotou o poder de Satanás sobre a morte, porque Jesus ressuscitaria (16.11; Colossenses 2.15).
As palavras, “Levantai-vos, vamo-nos daqui” , sugerem que os capítulos 15—17 podem ter sido falados quando estavam a caminho do Jardim do Getsêmani. Outra opinião defende que Jesus estava pedindo aos seus discípulos para se prepararem para deixar o Cenáculo, mas eles realmente não o fizeram até 18.1. No entanto, também é provável que estas palavras tenham sido faladas, não como uma frase separada, mas como o final do discurso acima. O Senhor estava acabando de dizer que o príncipe deste mundo se aproximava, e talvez Ele estivesse dizendo através desta frase: “Levantemo-nos e estejamos prontos para enfrentá-lo”. Estas palavras transmitem mais um movimento e uma preparação espiritual, do que um movimento físico.