Explicação de João 14:1-14
Explicação de João 14:1-14
14.1 Jesus falou a Pedro (cuja negação em relação a Jesus havia acabado de set predita - veja 13.38) e a todos os outros discípulos, dizendo-lhes, “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Todos os discípulos deviam estar perturbados com as predições de Jesus sobre traição, negação e partida. Afinal, se o compromisso de Pedro estava abalado, então cada discípulo deveria estar ciente de sua própria fraqueza. Jesus rogou que os seus discípulos mantivessem a sua confiança no Pai e no Filho, e que continuassem confiando durante os próximos poucos dias — que seriam difíceis.
14.1 Jesus falou a Pedro (cuja negação em relação a Jesus havia acabado de set predita - veja 13.38) e a todos os outros discípulos, dizendo-lhes, “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim”. Todos os discípulos deviam estar perturbados com as predições de Jesus sobre traição, negação e partida. Afinal, se o compromisso de Pedro estava abalado, então cada discípulo deveria estar ciente de sua própria fraqueza. Jesus rogou que os seus discípulos mantivessem a sua confiança no Pai e no Filho, e que continuassem confiando durante os próximos poucos dias — que seriam difíceis.
14.2 A interpretação tradicional da frase ensina que Jesus está indo para o céu pata preparar lugares ou “moradas” para os seus seguidores. Baseado nesta ilustração, subdivisões inteiras e “plantas de casas” elaboradas foram descritas. Muitos comentaristas pensam que Jesus estava falando sobre a casa de seu Pai no céu, para onde Ele iria depois de sua ressurreição a fim de preparar lugares para os seus seguidores. Então Jesus iria voltar um dia para levar os crentes para estarem com Ele no céu. O dia deste retorno geralmente tem sido considerado como a Segunda Vinda de Jesus.
A outra opinião é que a passagem faia principalmente do acesso imediato dos crentes a Deus Pai através do Filho. O lugar que Jesus estava preparando teria menos a ver com uma localização (céu), e estaria mais relacionado a um íntimo relacionamento com uma pessoa (Deus Pai). Esta interpretação não nega o conforto da esperança do céu nesta passagem, mas remove a tentação de ver o céu puramente em termos de moradas gloriosas. O mais importante no céu não é a disponibilidade de acomodações esplêndidas; o verdadeiro tesouro consiste em estarmos com Deus. O ponto principal da passagem é que Jesus está provendo o caminho para os crentes viverem em Deus Pai. Como tal, Ele preparou o lugar através de sua própria morte e ressurreição. Desse modo, Jesus abriu o caminho para os crentes viverem nele, e se aproximarem de Deus.
De acordo com esta opinião, a casa do Pai não é uma morada celestial, mas o próprio Cristo em quem todos os crentes habitam. Por extensão, a casa do Pai é Cristo e a igreja (veja 1 Coríntios 3.16,17; Efésios 2.20-22; Hebreus 3.2). Os crentes não têm que esperar até a Segunda Vinda para morarem nesta casa; uma vez que Cristo ressuscitou dos mortos, Ele os trouxe para um relacionamento novo e vivo com Deus (veja 20.19-23). Ele é o meio pelo qual os crentes podem habitar no Pai, e o Pai neles. Como tal, a promessa em 14.2.3 está relacionada com a comunhão dos membros do corpo de Cristo que seria possível através da partida de Cristo e da sua vinda no Espírito Santo. De acordo com esta opinião, as muitas moradas seriam os muitos membros da casa de Deus. Cristo foi preparar um lugar para cada membro na casa de Deus (1 Crônicas 17.9) - a preparação foi realizada através de sua morte e ressurreição.
14.3 Há três maneiras de entender as palavras “Virei outra vez e vos levarei”: (D Jesus viria novamente aos discípulos dentro de pouco tempo. Jesus disse “Virei”; podemos entender que esta segunda vinda ocorreu no dia da sua ressurreição. (2) A vinda de Jesus é a Segunda Vinda. (3) Esta “vinda” refere-se tanto à Ressurreição como à Segunda Vinda - a primeira prefigurando a última. Aqueles que defendem esta opinião, portanto, extraem um significado duplo das palavras de Jesus nos versículos 2 e 3; eles dizem que a passagem fala tanto dos crentes sendo trazidos ao Cristo ressuscitado e às muitas “moradas” na casa do Pai, como dos crentes sendo trazidos à casa do Pai no céu através da volta de Cristo. Parece realmente que ambos os significados se unificam. Cristo cuida completamente de cada um de nós.
14.4 Jesus disse, “Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho”. Esta declaração antecipou a pergunta de Tomé (no versículo seguinte) e preparou a base para o que Jesus estava prestes a ensinar em relação a si mesmo. Jesus não estava ingenuamente esperando que os seus discípulos entendessem; Ele os estava convidando a declarar a sua ignorância, para que pudessem receber a verdade.
14.5,6 Está claro que os discípulos não sabiam o que Jesus queria dizer. Tomé expressou o óbvio, perguntando: “Nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho?” Como nós, os discípulos pensaram em termos deste mundo - tempo e espaço. Então, o termo vais deve significar uma mudança física de um lugar para outro. Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”. A resposta de Jesus mostra que o destino não é um lugar físico, mas uma pessoa (o Pai), e que o caminho para este destino é outra pessoa (o Filho). Jesus é o Caminho para o Pai; Jesus é a Verdade (ou a realidade) de todas as promessas de Deus; e Jesus é a Vida, à medida que Ele une a sua vida divina com a nossa, tanto agora como eternamente. Jesus é o caminho que conduz à verdade e à vida.
A reivindicação exclusiva de Jesus é inequívoca. Ela obriga cada ser humano a dar uma resposta incondicional. Jesus convida cada pessoa a aceitá-lo ou rejeitá-lo, deixando claro que a aceitação parcial significa rejeição. A sua autodescrição invalida planos alternativos de salvação. Alguns diriam que um único caminho é algo restritivo demais. Mas esta atitude não leva em consideração o estado desesperador da condição humana. A existência de um caminho é uma evidência da graça e do amor de Deus. O estado de rebelião humana pode ser visto nisso: Nós somos como pessoas que estão se afogando no mar, para as quais é jogada uma corda salva-vidas; mas alguns respondem insistindo que merecemos uma escolha de várias cordas, juntamente com a opção de nadar em busca de nossa própria segurança, se assim escolhermos.
14.7 Nos versículos 2-6, Jesus disse aos discípulos que Ele mesmo é o único caminho para o Pai. Nos versículos 7 e seguintes, o Senhor procura explicar que Ele é a manifestação visível do Pai. Conhecer Jesus é conhecer o Pai (veja 1.18; Colossenses 1.15; Hebreus 1.3). Jesus mudou a pergunta do futuro para o presente. Em vez de estarem preocupados com a partida de Jesus, e como poderiam chegar ao local para onde Ele estava indo, eles deveriam perceber que, naquele exato momento, Jesus estava abrindo o caminho que leva ao Pai. Os discípulos precisavam discernir o significado do tempo de Jesus na terra e responder positivamente a Ele, aceitando-o como o seu Salvador. Jesus mantém o caminho aberto para nós hoje - agora mesmo podemos iniciar um relacionamento com o Pai, aceitando Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador. Os discípulos ainda não tinham entendido completamente esta verdade extraordinária, porque a morte e a ressurreição de Jesus ainda não haviam ocorrido (embora Jesus já lhes tivesse falado a respeito destes dois eventos de suma importância), e o Espírito Santo ainda não havia chegado para ajudá-los a entender.
14.8, 9 Filipe não estava satisfeito - ele queria ver o Pai. Mas Jesus explicou que vê-lo era ver o Pai, porque Jesus é Deus em forma humana (veja 1.14,18). Filipe e os discípulos, depois de seus anos com Jesus, já deveriam saber e reconhecer que Aquele que estava entre eles era Deus na forma humana e física. Ele é a imagem visível e tangível do Deus invisível. Ele é a completa revelação de como Deus é. A resposta de Jesus não contém nenhuma censura; Ele explicou a Filipe - que queria ver o Pai - que conhecer Jesus é conhecer a Deus. A busca por Deus, pela verdade e realidade, termina em Cristo (veja também Colossenses 1.15; Hebreus 1.1-4).
14.10,11 Esta declaração transmite a completa unidade entre Jesus e o Pai (veja 10.30,38; 17.21-24). Esta unidade assegura que Jesus revelou Deus a nós de uma forma verdadeira e completa. Esta unidade vai muito além do fato de Jesus ter o mesmo pensamento e propósito do Pai - Ele não só reflete as intenções do Pai. Jesus e Deus são um em essência e propósito. Por causa desta unidade, Jesus disse, “As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”. Se crer nesta unidade parece difícil demais para você agora, lembre-se de que Jesus disse aos discípulos: “crede-me, ao menos, por causa das obras”. O poder de Deus foi revelado através das obras de Jesus.
14.12 E muito provável que Jesus tenha feito esta promessa aos seus discípulos (e a todos aqueles que viessem a crer nele) especificamente com relação ao evangelismo - para que dessem muito fruto (veja 15.7,8). Há dois aspectos quando se fala em obras maiores: Haveria um número maior de convertidos, e haveria um escopo maior em relação aos convertidos. Jesus operou milagres verdadeiramente impressionantes durante o seu ministério terreno; seus discípulos feriam milagres ainda maiores depois de sua ressurreição. Além disso, os discípulos, trabalhando no poder do Espírito Santo que lhes seria enviado depois que Jesus fosse para o Pai, levariam o Evangelho do Reino de Deus da Palestina para o mundo todo - e desse modo para os gentios.
14.13,14 Orar “em nome de Jesus” é orar em união com a pessoa e o propósito de Jesus, porque o “nome” de uma pessoa simbolizava a sua essência e destino. Nestes versículos temos a promessa da resposta de nossas orações, desde que entendamos adequadamente o contexto do último discurso de Jesus. Jesus prometeu aos discípulos que seus pedidos com relação a dar frutos seriam respondidos por que isto glorificaria a Deus (veja 4.41; 7.18; 8.50,54). Os capítulos seguintes esclarecem isto (15.7,8,16; 16.23,24).
Quando Jesus diz que podemos pedir tudo, devemos nos lembrar de que os nossos pedidos devem ser em Nome de Jesus - isto é, de acordo com o caráter e a vontade de Deus. Deus não concederá pedidos contrários à sua natureza ou à sua vontade, e não podemos usar o seu Nome como uma fórmula mágica para satisfazer os nossos desejos egoístas. Se estivermos sinceramente seguindo a Deus e buscando a sua vontade, então os nossos pedidos estarão alinhados com a vontade do Senhor, e Ele nos atenderá (veja também 15.16; 16.23).