Explicação de João 13:21-38
Explicação de João 13:21-38
13.21-26 Jesus estava em grande angústia de espírito pela traição que se aproximava, embora soubesse que a traição havia sido pré-ordenada. A sua agitação interior foi expressada quando Ele disse, “Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair!” O pronunciamento de Jesus causou grande consternação entre os discípulos. Não era óbvio quem era o traidor. Judas, que era o tesoureiro, pode ter sido aquele de quem eles menos suspeitassem.
13.21-26 Jesus estava em grande angústia de espírito pela traição que se aproximava, embora soubesse que a traição havia sido pré-ordenada. A sua agitação interior foi expressada quando Ele disse, “Na verdade, na verdade vos digo que um de vós me há de trair!” O pronunciamento de Jesus causou grande consternação entre os discípulos. Não era óbvio quem era o traidor. Judas, que era o tesoureiro, pode ter sido aquele de quem eles menos suspeitassem.
Pedro fez sinal para aquele que estava sentado ao lado de Jesus, para que perguntasse quem era o traidor. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava (identificado como João, o escritor deste Evangelho), perguntou a Jesus, “Senhor, quem é?” Jesus identificou o traidor dizendo: “E aquele a quem eu der o bocado molhado”. Jesus molhou o pedaço de pão em um prato cheio de molho, provavelmente feito de tâmaras, passas e vinho fermentado. Tendo dito isto, Jesus molhou o pedaço de pão e o deu ajudas. Ironicamente, quando um anfitrião oferecia um pedaço de pão a um convidado, isto era um sinal de amizade. O ato de amizade de Jesus foi a sua identificação para o traidor. Mais tarde, no Jardim, Judas iria identificar Jesus para os guardas com um outro sinal de amizade - um beijo (Lucas 22.47,48).
13.27-30 Depois que Judas comeu o pão, Satanás entrou nele. Desse modo, a traição foi posta em ação. Satanás iria usar Judas como o seu instrumento para realizar o seu plano maligno. Mas a parte de Satanás na traição de Jesus não retira qualquer responsabilidade de Judas. Judas pode ter ficado desapontado porque Jesus estava falando de morrer em vez de estabelecer o seu Reino. Ou talvez Judas não tenha entendido a missão de Jesus, e não cresse mais que Jesus fosse o escolhido de Deus. Seja o que for que Judas tenha pensado, entendemos que Satanás supôs que a morte de Jesus iria acabar com a sua missão e frustrar o plano de Deus. Como Judas, Satanás não sabia que a morte de Jesus era, desde o princípio, a parte mais importante do plano de Deus.
Jesus disse a Judas, “O que fazes, faze-o depressa” . Nenhum daqueles que estavam presentes à mesa entendeu esta frase; apenas Judas. Jesus identificou Judas de maneira tão sutil, que nenhum dos discípulos entendeu o significado do ato: eles não ligaram a declaração anterior de Jesus (“Um de vós me há de trair”) com a sua ordem a Judas. Apesar da falta de compreensão dos discípulos, o cenário estava sendo formado com rapidez: Judas saiu logo. E era já noite. A última declaração se refere literalmente ao horário, embora também simbolize a condição espiritual de Judas. Ele estava em trevas, sob o controle do príncipe das trevas, Satanás.
13.31,32 Quando Judas saiu, Jesus disse, “Agora, é glorificado o Filho do Homem”. Enquanto Judas estava a caminho para trair Jesus e entregá-lo nas mãos daqueles que iriam crucificá-lo, Jesus refletia sobre o período que envolvia a hora da crucificação até à sua glorificação na ressurreição. Jesus tinha permitido que Judas saísse e executasse os seus planos assassinos. Através deste ato, Jesus se empenhou para concluir a obra que Ele tinha vindo realizar. Desse modo, Ele pôde dizer, em outras palavras: Deus logo me glorificará. Jesus expressou as suas palavras com base no conhecimento que tinha. Ele sabia que a sua glorificação através da morte e da ressurreição já estava definida. Jesus estava antecipando a maneira como a sua ressurreição ocasionaria a sua união espiritual com os seus discípulos.
Esta é a chave para interpretar o discurso seguinte (13.31-17.26). Agora que Judas havia saído para concretizar a sua traição, nada iria deter os acontecimentos que o levariam à hora final. O magnífico esplendor moral de Deus é demonstrado pelo ato de obediência de Jesus; deste modo, Deus seria glorificado através de Jesus. Jesus é glorificado no instante em que retoma a glória que tinha com o Pai antes da fundação do mundo.
13.33-35 Jesus disse aos seus filhinhos que a hora de sua partida estava se aproximando. Jesus estaria indo para o Pai (14.6,28) para unir-se a Ele novamente na comunhão gloriosa que o Pai e o Filho desfrutavam desde a eternidade (veja 17.5,24). Os discípulos ainda não poderiam participar daquela comunhão.
Jesus partiria, e eles não poderiam estar com Ele por um pouco de tempo. Neste meio tempo, eles deveriam seguir este mandamento: Amar uns aos outros. Uma ordem para amar uns aos outros não era um novo mandamento; ele tinha sido instituído no Antigo Testamento (Êxodo 20.12-17; Levítico 19.18,33,34; Deuteronômio 5.16-21; 22.1-4; veja também Mateus 5.38-48; 7.12; 23.36-40; Lucas 10.25-37). A novidade do mandamento de Jesus está relacionada ao novo tipo de amor que os cristãos têm uns pelos outros, porque cada um deles experimentou o amor de Cristo.
Jesus ordenou que os seus discípulos se amassem uns aos outros... “como eu vos amei a vós”. Isto é revolucionário, porque os crentes são chamados para se amarem mutuamente com base no amor sacrificial que Jesus tem por cada um deles. Jesus foi um exemplo vivo do amor de Deus, assim como devemos ser os exemplos vivos do amor de Jesus. Este amor é a marca de distinção: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” . Um dos maiores temas na primeira carta de João é o amor fraternal (veja 1 João 3-4).
13.36 Simão Pedro, que sempre verbalizava os seus pensamentos e perguntas, disse: “Senhor, para onde vais?” Outra vez, Jesus respondeu que para onde Ele estava indo eles só poderiam ir depois. Pedro posteriormente iria seguir Jesus na forma de sua morte (veja 21.15-19), e também iria seguir Jesus rumo ao céu.
13.37 Pedro amava Jesus intensamente, e queria estar sempre com Jesus. Ele não entendia por que era necessário que Jesus morresse; na verdade, ele planejava proteger Jesus com prejuízo de sua própria vida, se necessário. Como podemos entender através do episódio da lavagem dos pés, Pedro preferia muito mais morrer por Jesus do que pensar que Jesus morreria por ele. A resposta corajosa e orgulhosa de Pedro ressoa através dos séculos como muitos que orgulhosamente se recusam a aceitar o ato de Jesus em seu favor, preferindo antes fazer alguma coisa a fim de obter a salvação. No entanto, obedecer a Jesus significa mais que a intenção ou a promessa de obedecer. Ninguém pode fazer nada para obter a salvação como um pagamento.
13.38 Quando a hora da provação chegasse, Pedro diria três vezes que ele nem mesmo conhecia Jesus (veja também Mateus 26.69-75; Marcos 14.66-72; Lucas 22.54-62). Os discípulos podem até mesmo ter começado a imaginar se Pedro (em vez de Judas) seria o traidor.

3 comentários
Que o Senhor Jesus possa estar usando sua disponibilidade em Seu Reino e recompensá-lo com suas ricas bençãos.
Um abraço fraternal no amor de Jesus,
Jussara.