Explicação de João 13:1-20
Explicação de João 13:1-20
13.1,2 Por Jesus estar totalmente ciente de que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele dedicou as suas últimas horas a instruir e encorajar os seus discípulos. Jesus prosseguiu com a sua devoção aos seus discípulos até o final de sua vida, mostrando-lhes nesta última noite toda a extensão de seu amor. Antes de deixá-los, Ele queria expressar o seu amor por eles, um por um - e o Senhor o faria de uma forma que iria surpreendê-los.
13.1,2 Por Jesus estar totalmente ciente de que era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele dedicou as suas últimas horas a instruir e encorajar os seus discípulos. Jesus prosseguiu com a sua devoção aos seus discípulos até o final de sua vida, mostrando-lhes nesta última noite toda a extensão de seu amor. Antes de deixá-los, Ele queria expressar o seu amor por eles, um por um - e o Senhor o faria de uma forma que iria surpreendê-los.
A ceia era provavelmente a refeição oficial da Páscoa, conforme indicado pelo versículo 1. E esta era uma Páscoa especial, porque seria a última refeição que Jesus comeria com os seus discípulos. Durante esta refeição Ele iria instituir a “Ceia do Senhor” (veja Mateus 26.17-30; Marcos 14.12-26; Lucas 22.7-39). O contexto indica que a comida estava sendo colocada diante deles, mas ainda não havia sido compartilhada (veja 13-26,30).
Jesus já havia chamado Judas de “um diabo” em 6.70, porque o Senhor sabia que Judas iria cooperar com o Diabo ao perpetrar a morte de Jesus. Portanto, o Diabo e Judas corroboraram na traição de Jesus. Na verdade, Satanás entrou em Judas para executar a própria traição (veja 13.27).
13.3-5 Jesus, o Filho de Deus, conhecia a sua origem e o seu destino. Ele sabia que em breve iria retomar ao seu Pai. Tendo a certeza de seu próprio destino, Ele concentrou a sua atenção nos discípulos, e mostrou-lhes o que significava para Ele tornar-se o Servo deles - e também mostrou que eles deveriam servir uns aos outros. Em um momento tão próximo da revelação da verdadeira identidade e glória de Jesus, Ele separou aqueles que por direito eram seus, e expressou o seu caráter através de um ato de humildade. Ele levantou-se da ceia, tirou as vestes e, tomando uma toalha, cingiu-se como um avental. Ele então pôs água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos. Jesus era o exemplo de servo, e Ele mostrou a sua atitude de servo aos seus discípulos. Lavar os pés era um ato comum nos tempos bíblicos. A maioria das pessoas viajava a pé (calçando sandálias) pelas estradas empoeiradas da Judéia. Quando entravam em casa, era costume lavar os pés. Não se oferecer
para lavar os pés de um convidado era considerado uma falta de hospitalidade (veja Lucas 7.44). Lavar os pés dos convidados era o trabalho de um dos servos mais simples da casa, e deveria ser realizado quando os convidados chegassem (1 Samuel 25.41). Esta era uma tarefa subserviente. O incomum sobre este ato era que Jesus, o Mestre e Instrutor, estava fazendo isto para os seus discípulos, como o escravo mais inferior faria.
13.6-9 Todos os discípulos aceitaram a lavagem até que Jesus se aproximou de Pedro, que perguntou a Jesus: “Senhor, tu lavas-me os pés a mim?” Jesus não deu a Pedro uma explicação que ele pudesse compreender imediatamente; o discípulo entenderia o significado daquele ato em algum momento no futuro. Posteriormente no Novo Testamento, Paulo explica o entendimento que tinha daquilo que Jesus havia feito (1 Pedro 5.5,6). Pedro veio a perceber que o serviço humilde significava obediência a Cristo. Quando Jesus lavou os pés dos discípulos, Ele estava demonstrando o seu ato sacrificial final - dar a sua vida por eles na cruz.
Mas neste momento, Pedro não entendeu: “Nunca me lavarás os pés!” ele protestou. Ver o Mestre comportar-se como um escravo confundiu Pedro. E Pedro não se sentiu digno de que o seu Mestre agisse como um escravo em relação a ele! Esta não foi uma expressão de arrogância, mas de confusão. Pedro sentiu que ele deveria estar lavando os pés do Mestre - não o contrário.
Jesus respondeu: “Se eu te não lavar, não tens parte comigo” . Há dois possíveis significados para esta frase: (1) Jesus quis dizer que a menos que lavasse os pecados de Pedro pela sua morte na cruz, Pedro não poderia ter um relacionamento com Ele. (2) Jesus quis dizer que a menos que Pedro se submetesse a Ele e permitisse que Jesus ministrasse desta forma, Pedro jamais aprenderia a lição de humildade. Seja qual for a melhor interpretação, Pedro pareceu compreender o significado das palavras de Jesus, porque então queria ser banhado completamente.
13.10,11 Depois de se banhar, um outro banho não é necessário no fim do dia. A pessoa ainda está limpa - exceto pelos pés, que estão constantemente sujos pelo pó da terra. Uma pessoa limpa e banhada precisa ter somente os pés enxaguados. De acordo com o costume daquela época, uma vez que a pessoa se banhou, ela só precisava lavar os seus pés ao entrar na casa de alguém.
Ser banhado por Jesus significava ser lavado por sua palavra viva. Para receber Jesus, nada é exigido do crente exceto a aceitação humilde daquilo que Jesus fez. Pedro tinha que se sentar e humildemente permitir que Jesus lavasse os seus pés sujos, a fim de entender que aceitar a salvação que Jesus oferece significa aceitar humildemente a sua morte na cruz por todos os pecados. Quando Jesus disse, “Vós estais limpos, mas não todos”, Ele estava se referindo a Judas Iscariotes (veja 13.18) e sugerindo que Judas não era um crente verdadeiro. Embora Jesus tenha lavado os pés de Judas, Judas não estava limpo, porque ele não veio a crer em Jesus como o Messias, o Filho de Deus. Jesus já sabia que este homem seria usado por Satanás para provocar os eventos que foram descritos nos capítulos finais deste Evangelho.
13.12-16 O ato de Jesus de lavar os pés dos discípulos demonstrava amor em ação. Jesus era o seu Mestre e Senhor, significando que Ele estava em um nível mais elevado do que eles; contudo, o Senhor assumiu uma posição de humildade e serviço porque amava aqueles a quem servia. Jesus ordenou aos seus discípulos que lavassem os pés uns dos outros - que servissem uns aos outros em amor de acordo com o exemplo que Ele estabeleceu. Se recusar a servir aos outros, se recusar a se humilhar, não importa quão elevada seja a sua posição, é se colocar acima de Jesus. Tal orgulho arrogante não é o que Jesus ensinou.
Estes discípulos logo seriam enviados como os mensageiros da igreja cristã. Eles seriam líderes em muitos lugares - na verdade, Tiago, João e Pedro se tornaram os líderes da igreja cristã em Jerusalém. Jesus ensinou a estes, que logo seriam líderes, que quando eles trabalhassem para divulgar o Evangelho, deveriam antes de tudo ser servos daqueles a quem ensinassem. Os discípulos devem ter se lembrado desta lição todas as vezes que enfrentaram problemas, lutas, e alegrias junto aos primeiros crentes. Quantas vezes eles devem ter se lembrado de que foram chamados para servir. E que diferença isto fez! Imagine como teria sido difícil o crescimento (até mesmo a existência) da igreja primitiva, se estes discípulos tivessem continuado a competir por lugares de grandeza e importância! Felizmente para nós, eles mantiveram a lição de Jesus em seus corações.
13.17 Somos abençoados (felizes, alegres, realizados), não por causa do que sabemos, mas por causa do que fazemos com aquilo que sabemos. A graça de Deus a nós encontra a sua perfeição no serviço que nós, como vasos de sua graça, prestamos aos outros. Encontraremos a nossa maior bênção ao obedecermos a Cristo, servindo aos outros.
13.18,19 As declarações anteriores de Jesus sobre servirmos e amarmo-nos uns aos outros não se aplicam a todos os seus discípulos porque, na verdade, um dos discípulos (Judas) estava prestes a traí-lo. No entanto, esta traição não era um evento inesperado, porque Jesus sabia desde o início que um dos homens que Ele escolheu iria traí-lo, e sabia precisamente quem era (6.70,71). Esta traição era necessária para que as Escrituras se cumprissem - especificamente o Salmo 41.9. Jesus mencionou o Salmo 41 porque ele descreve como um dos amigos de Davi se voltou contra ele. Esta pode ter sido uma referência à história do companheiro de confiança de Davi, Aitofel, que traiu Davi e então foi se enforcar (veja 2 Samuel 16.20-17.3,23). Judas, que tinha estado com Jesus e era um companheiro de confiança (Judas era o que carregava a bolsa com o dinheiro), trairia Jesus e então se enforcaria.
Jesus sabia desde o princípio que Judas o trairia (veja 6.64,70,71; Mateus 17.22,23; 20.17-19), mas o Senhor predisse a traição na presença dos seus discípulos para que eles percebessem, quando a traição realmente acontecesse, que tinha sido profetizada nas Escrituras (veja Atos 1.16). Isto iria fortalecer a fé de cada um deles.
13.20 Este versículo segue o pensamento do seus discípulos de forma que, quem quer que versículo 16, onde Jesus fàlou de ser um servo os recebesse, receberia a Jesus e, por sua vez, para Aquele que o enviou. Ele enviaria os receberia Aquele que enviou a Jesus-Deus Pai.