Explicação de João 12:1-11

Explicação de João 12:1-11
Explicação de João 12:1-11

12.1, 2 Uma outra Páscoa estava chegando, e Jesus chegou a Betânia com seis dias de antecedência. João mencionou que o Senhor esteve em Efraim pela última vez, onde tinha ido para ficar sozinho com os seus discípulos (11.54). A partir dali, eles voltaram para a Galiléia, onde ficaram durante um curto período. Esta foi a última visita de Jesus aos seus amigos em Betânia, porque Ele estava a caminho de Jerusalém onde - como já havia dito aos seus discípulos - iria morrer. Apenas algumas semanas haviam se passado desde que Jesus tinha ressuscitado Lázaro dos mortos. Ele estava de volta à casa de Lázaro. De acordo com relatos paralelos desta história (veja Mateus 26.6-13; Marcos 14.3-9), esta refeição aconteceu na casa de Simão o leproso, que também vivia em Betânia, e que provavelmente foi curado de sua lepra por Jesus. Uma ceia tinha sido preparada em homenagem a Jesus.

12.3 Este perfume era feito de uma erva aromática (nardo) das montanhas da índia, e era importado em garrafas de alabastro. Este caro artigo importado tinha tanto valor que as pessoas o usavam para fins de investimento, como o ouro é freqüentemente usado em nossos dias. Quando a ceia terminou, Maria pegou este perfume puro e caro e ungiu os pés de Jesus. O nardo era usado para ungir reis; Maria pode ter ungido Jesus como o seu Messias Real. Muitos séculos depois ainda nos sentimos constrangidos pela extravagância da oferta de Maria, e por seu ato tão apropriado. Ela derramou o melhor que pôde encontrar. O preço não é a questão central, mas a expressão sincera de fé e amor.

12.4-6 De acordo com Mateus e Marcos, todos os discípulos ficaram indignados porque Maria havia “desperdiçado” este unguento valioso (Mateus 26.8; Marcos 14.4). Mas no Evangelho de João, Judas Iscariotes verbalizou a indignação. “Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?” O motivo de Judas não foi o cuidado pelos pobres. Judas era um ladrão a quem foi confiado o dinheiro dos discípulos (veja 13.29). Judas com freqüência tirava o dinheiro para o seu uso próprio. Sem dúvida alguma, Jesus sabia o que Judas estava fazendo (2.24,25; 6.64), mas o Senhor nunca fez ou disse algo a este respeito.

12.7,8 Jesus destacou que Maria não estava desperdiçando este perfume ao derramá-lo sobre Ele. Certamente, o dinheiro poderia ser dado aos pobres; pois sempre haveria oportunidades de cuidar dos pobres. Mas eles nem sempre teriam Jesus fisicamente a seu lado. Muitos entenderam o quanto Jesus é especial. A unção que Maria fez foi como um ungüento colocado sobre o corpo do Senhor em preparação para o sepultamento (Mateus 26.12; Marcos 14.8). (Mais tarde, Nicodemos e José de Arimatéia iriam, na verdade, envolver o corpo de Jesus com linho e especiarias, 19.39).

Este ato, e a resposta de Jesus a ele, não nos dá permissão para ignorarmos os pobres. Antes, Jesus explicou que os seus seguidores teriam muitas oportunidades para ajudar os pobres; mas apenas pouco tempo para amarem e honrarem o Messias. O ato amável de Maria foi dedicado a uma ocasião específica - uma unção que antecipava o sepultamento de Jesus e uma declaração pública de sua fé nele como o Messias. As palavras de Jesus deveriam ter ensinado a Judas uma preciosa lição sobre o
valor do dinheiro. Infelizmente, Judas não aprendeu. Em contraste com o presente sacrificial de Maria a Jesus, Judas vendeu a vida de seu mestre por trinta moedas de prata (Mateus 26.14-16), o preço que se pagava ao dono de um escravo que fosse morto por um boi (veja Êxodo 21.32).

12.9-11 Os judeus estavam chegando de todas as partes do mundo para a celebração da Páscoa. Muitos tinham ouvido falar do milagre da ressurreição de Lázaro. Quando eles descobriram que Jesus tinha voltado para Betânia para estar com Lázaro, vieram para ver ambos. No entanto, os principais dos sacerdotes decidiram matar Lázaro também, porque foi por causa dele que muitos dentre o povo os abandonaram crendo em Jesus. A cegueira e a dureza de coração dos principais dos sacerdotes fizeram com que eles se afundassem cada vez mais no pecado. Um pecado os levou a outro. Do ponto de vista dos líderes judeus, eles poderiam acusar Jesus de blasfêmia, porque Ele afirmou ser igual a Deus. Mas Lázaro não tinha feito nada deste tipo. Eles queriam Lázaro morto simplesmente porque ele era uma testemunha viva do poder de Jesus.