Comentário sobre João 1:35-42
Comentário sobre João 1:35-42
Esse é o terceiro dia da seqüência. O casamento em Caná (Jo 2:1) foi celebrado no sétimo dia e, uma vez que os casamentos judaicos eram realizados tradicionalmente na quarta-feira, podemos dizer que o terceiro dia era um sábado. No entanto, não foi um dia de descanso nem para João Batista nem para Jesus, pois João estava pregando e Jesus estava reunindo discípulos.
Os dois discípulos de João que seguiram Jesus foram João, o autor do Evangelho que agora estudamos, e seu amigo André. João Batista ficou feliz quando esses dois homens o deixaram para seguir Jesus, pois seu ministério era inteiramente voltado para Jesus. "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30).
Ao perguntar-lhes: "Que buscais?", Jesus obrigou-os a definir seus propósitos e objetivos. Estavam à procura de um líder revolucionário para derrubar o governo romano? Nesse caso, seria melhor se juntarem aos zelotes! André e João não sabiam, mas sua vida fora transformada pelo Filho de Deus. A pergunta: "Onde assistes [moras]?" talvez signifique: "Se o Senhor estiver muito ocupado agora, podemos visitá-lo mais tarde". Mas Jesus convidou-os a passar o dia com ele (eram 10 horas da manhã) e, sem dúvida, lhes falou um pouco de sua missão, revelou o que havia no coração deles e respondeu a suas perguntas. Os dois ficaram tão impressionados que foram procurar seus irmãos e os levaram até jesus. André encontrou Simão e João trouxe Tiago. Os dois foram, de fato, tutores dos irmãos (Gn 4:9)!
Toda vez que vemos André no Evangelho de João, ele está levando alguém para Jesus: seu irmão, o menino com os pães e peixes (Jo 6:8) e os gregos que queriam ver Jesus (Jo 12:20, 21). Não há qualquer registro de sermões de André, mas ele certamente pregou com poder por suas ações e se dedicou a ganhar almas para Cristo de modo pessoal.
O testemunho que André deu a Simão foi: "Achamos o Messias". Messias é um termo hebraico que significa "ungido"; seu equivalente grego é "Cristo". Para os judeus, essa designação correspondia a "filho de Deus" (ver Mt 26:63, 64; Mc 14:61, 62; Lc 22:67-70). No Antigo Testamento, os profetas, sacerdotes e reis eram ungidos e, portanto, consagrados (separados) para um serviço específico. Os reis eram chamados de "ungidos de Deus" (ver 1 Sm 26:11; SI 89:20); de modo que, quando os judeus falavam sobre seu Messias, tinham em mente o rei que viria para libertá-los e para estabelecer seu reino.
Os mestres judeus não apresentavam um consenso quanto ao que o Messias faria. Alguns o viam como um sofredor sacrificial (como em Is 53), enquanto outros o encaravam como um rei magnífico (como em Is 9 e 11). Jesus precisou explicar até mesmo a seus seguidores que a coroa deveria ser precedida da cruz, e que ele deveria sofrer antes de entrar em sua glória (Lc 24:13-35).
Os judeus daquele tempo viram-se diante de um desafio crucial: determinar se Jesus era, de fato, o Messias (Jo 7:26, 40-44; 9:22; 10:24). A conversa de Simão com Jesus mudou a vida do pescador e também resultou em um novo nome - Pedro, em grego, e Cephas, em aramaico, língua usada por Jesus -, que significa "uma rocha". Jesus teve um bocado de trabalho para transformar Simão numa rocha, mas, como sempre, o Senhor completou sua obra. A declaração "Tu és [...]; tu serás [...]" é um grande estímulo a todos os que crêem em Cristo. Por certo, ele nos dá "o poder de [sermos] feitos" (Jo 1:12). Convém observar que André e João creram em Cristo pela pregação fiel de João Batista. Pedro e Tiago foram levados a Cristo pelo trabalho pessoal e compassivo de seus irmãos. Posteriormente, Jesus ganharia Filipe que, por sua vez, testemunharia a Natanael e o levaria a Jesus. Cada pessoa tem uma experiência diferente, pois Deus usa de vários meios para conduzir pecadores ao Salvador. O mais importante é crer em Cristo e procurar levar outros a ele.
FONTE: Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento de Warren W. Wiersbe, vol. 1, p. 370-371.
Esse é o terceiro dia da seqüência. O casamento em Caná (Jo 2:1) foi celebrado no sétimo dia e, uma vez que os casamentos judaicos eram realizados tradicionalmente na quarta-feira, podemos dizer que o terceiro dia era um sábado. No entanto, não foi um dia de descanso nem para João Batista nem para Jesus, pois João estava pregando e Jesus estava reunindo discípulos.
Os dois discípulos de João que seguiram Jesus foram João, o autor do Evangelho que agora estudamos, e seu amigo André. João Batista ficou feliz quando esses dois homens o deixaram para seguir Jesus, pois seu ministério era inteiramente voltado para Jesus. "Convém que ele cresça e que eu diminua" (Jo 3:30).
Ao perguntar-lhes: "Que buscais?", Jesus obrigou-os a definir seus propósitos e objetivos. Estavam à procura de um líder revolucionário para derrubar o governo romano? Nesse caso, seria melhor se juntarem aos zelotes! André e João não sabiam, mas sua vida fora transformada pelo Filho de Deus. A pergunta: "Onde assistes [moras]?" talvez signifique: "Se o Senhor estiver muito ocupado agora, podemos visitá-lo mais tarde". Mas Jesus convidou-os a passar o dia com ele (eram 10 horas da manhã) e, sem dúvida, lhes falou um pouco de sua missão, revelou o que havia no coração deles e respondeu a suas perguntas. Os dois ficaram tão impressionados que foram procurar seus irmãos e os levaram até jesus. André encontrou Simão e João trouxe Tiago. Os dois foram, de fato, tutores dos irmãos (Gn 4:9)!
Toda vez que vemos André no Evangelho de João, ele está levando alguém para Jesus: seu irmão, o menino com os pães e peixes (Jo 6:8) e os gregos que queriam ver Jesus (Jo 12:20, 21). Não há qualquer registro de sermões de André, mas ele certamente pregou com poder por suas ações e se dedicou a ganhar almas para Cristo de modo pessoal.
O testemunho que André deu a Simão foi: "Achamos o Messias". Messias é um termo hebraico que significa "ungido"; seu equivalente grego é "Cristo". Para os judeus, essa designação correspondia a "filho de Deus" (ver Mt 26:63, 64; Mc 14:61, 62; Lc 22:67-70). No Antigo Testamento, os profetas, sacerdotes e reis eram ungidos e, portanto, consagrados (separados) para um serviço específico. Os reis eram chamados de "ungidos de Deus" (ver 1 Sm 26:11; SI 89:20); de modo que, quando os judeus falavam sobre seu Messias, tinham em mente o rei que viria para libertá-los e para estabelecer seu reino.
Os mestres judeus não apresentavam um consenso quanto ao que o Messias faria. Alguns o viam como um sofredor sacrificial (como em Is 53), enquanto outros o encaravam como um rei magnífico (como em Is 9 e 11). Jesus precisou explicar até mesmo a seus seguidores que a coroa deveria ser precedida da cruz, e que ele deveria sofrer antes de entrar em sua glória (Lc 24:13-35).
Os judeus daquele tempo viram-se diante de um desafio crucial: determinar se Jesus era, de fato, o Messias (Jo 7:26, 40-44; 9:22; 10:24). A conversa de Simão com Jesus mudou a vida do pescador e também resultou em um novo nome - Pedro, em grego, e Cephas, em aramaico, língua usada por Jesus -, que significa "uma rocha". Jesus teve um bocado de trabalho para transformar Simão numa rocha, mas, como sempre, o Senhor completou sua obra. A declaração "Tu és [...]; tu serás [...]" é um grande estímulo a todos os que crêem em Cristo. Por certo, ele nos dá "o poder de [sermos] feitos" (Jo 1:12). Convém observar que André e João creram em Cristo pela pregação fiel de João Batista. Pedro e Tiago foram levados a Cristo pelo trabalho pessoal e compassivo de seus irmãos. Posteriormente, Jesus ganharia Filipe que, por sua vez, testemunharia a Natanael e o levaria a Jesus. Cada pessoa tem uma experiência diferente, pois Deus usa de vários meios para conduzir pecadores ao Salvador. O mais importante é crer em Cristo e procurar levar outros a ele.
FONTE: Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento de Warren W. Wiersbe, vol. 1, p. 370-371.