Comentário sobre João 1:15-28, 49.
(Comentário sobre João 1:15-28, 49)
João Batista é uma das pessoas mais importantes do Novo Testamento, no qual é mencionado pelo menos 89 vezes. João teve o privilégio especial de apresentar Jesus à nação de Israel. Também foi incumbido da difícil tarefa de preparar a nação para receber seu Messias. Chamou o povo ao arrependimento dos pecados e a dar testemunho desse arrependimento por meio do batismo e de uma vida transformada.
João apresenta um resumo da pregação de joão Batista sobre Jesus Cristo (Jo 1:1518). Primeiro, e/e é eterno (Jo 1:15). Na verdade, João Batista nasceu seis meses antes de Jesus (Lc 1:36), de modo que essa afirmação refere-se à preexistência de Jesus, não ao dia de seu nascimento. Jesus existia antes de João Batista ser concebido. Jesus Cristo tem plenitude de graça e de verdade (Jo 1:16, 17). A graça consiste no favor e na bondade de Deus, sendo concedida aos que não merecem e que não podem fazer coisa alguma para ser dignos dela. Se Deus nos tratasse de acordo com a verdade, nenhum de nós sobreviveria; mas ele nos trata de acordo com sua graça e verdade. Em sua vida, morte e ressurreição, Jesus Cristo cumpriu todos os requisitos da Lei; agora, Deus pode compartilhar a plenitude da graça com os que crêem em Cristo. A graça sem a verdade seria enganosa, e a verdade sem a graça seria condenatória.
Em João 1:17, o evangelista não sugere que não havia graça sob a Lei de Moisés, pois isso não é verdade. Cada sacrifício era uma expressão da graça de Deus. A Lei também revelava a verdade de Deus. Mas, em Jesus Cristo, a graça e a verdade atingiram sua plenitude, e essa plenitude encontra-se a nossa disposição hoje. Somos salvos pela graça (Ef 2:8, 9), mas também vivemos pela graça (1 C o 15:10) e dependemos da graça de Deus em tudo o que fazemos. Podemos receber sucessivas graças, pois cada vez "ele dá maior graça" (Tg 4:6). João indica que uma nova ordem havia começado, e que essa ordem substituía o sistema mosaico.
Por fim, Jesus Cristo revela Deus (Jo 1:18). No que diz respeito a sua essência, Deus é invisível (1 Tm 1:17; Hb 11:27). O homem pode ver Deus revelado na natureza (SI 19:16; Rm 1:20) e em seus feitos poderosos na história, mas não pode ver o próprio Deus. Jesus Cristo revela Deus a nós, pois ele é "a imagem do Deus invisível" (Cl 1:15) e "a expressão exata do seu Ser" (Hb 1:3). O termo traduzido por "revelou" dá origem a nossa palavra exegese e significa "explicar, esclarecer, conduzir". Jesus Cristo explica e interpreta Deus para nós. É simplesmente impossível entender Deus sem seu Filho, Jesus Cristo.
O termo Filho é usado pela primeira vez no Evangelho de João como um título para Jesus Cristo (Jo 1:18). O adjetivo unigénito significa "singular, sem par". Não sugere que houve um tempo em que o Filho não existia e que, então, o Pai o fez existir. Jesus Cristo é o Deus eterno e, portanto, sempre existiu. Em pelo menos nove ocasiões no Evangelho de João, Jesus é chamado de "Filho de Deus" (Jo 1:34, 49; 3:18; 5:25; 10:36; 11:4, 27; 19:7; 20:31). Cabe lembrar que o propósito de João ao escrever este livro é convencer seus leitores que Jesus é o Filho de Deus (Jo 20:31). Em pelo menos 22 ocasiões, Jesus é chamado de "o Filho". Não é apenas o Filho de Deus, mas é Deus, o Filho. Até mesmo os demônios reconheceram esse fato (Mc 3:11; Lc 4:41).
João Batista é uma das seis pessoas mencionadas no Evangelho de João que testemunharam que Jesus é Deus. As outras são Natanael (Jo 1:49), Pedro (Jo 6:69), o homem cego que foi curado (Jo 9:35-38), Marta (Jo 11:27) eTomé (Jo 20:28). Se acrescentarmos a isso a palavra do próprio Cristo (Jo 5:25; 10:36), teremos sete testemunhos evidentes. João relata quatro dias da vida de João Batista, de Jesus e dos primeiros discípulos. Continua essa seqüência em João 2, em que apresenta uma "semana da nova criação", por assim dizer, paralela à semana da criação em Gênesis 1.
No primeiro dia (Jo 1:19-24), uma comissão de líderes religiosos judeus interrogou João Batista. Esses homens tinham todo o direito de investigar João Batista e seu ministério, pois eram os guardiões da fé. Fizeram-lhe várias perguntas, e ele lhes respondeu com clareza.
"Quem és, pois?", é uma pergunta lógica. Ele era o Messias prometido? Era o profeta Elias que devia vir antes do Messias? (Ml 4:5). Grandes multidões haviam se reunido para ouvir João, e muitas pessoas haviam sido batizadas. Apesar de João não realizar milagres (Jo 10:41), é possível que essas pessoas acreditassem que ele era o Messias prometido.
João negou ser Elias ou o Messias. (Em certo sentido, ele era o Elias prometido. Ver Mt 17:10-13.) Não tinha coisa alguma a dizer sobre si mesmo, pois havia sido enviado para falar sobre o Messias! Jesus é o Verbo, enquanto João não passava de uma "voz" - e não se pode ver uma voz! João apontou para a profecia de Isaías (Is 40:1-3) e afirmou que ele era o cumprimento dessa palavra.
Depois de definir a identidade de João, a comissão perguntou-lhe o que estava fazendo. "Então, por que batizas?" João não havia recebido de seres humanos a autoridade para batizar, mas sim do céu, pois Deus. havia lhe dado essa missão (Mt 21:23-32). Os líderes religiosos judeus daquele tempo batizavam gentios que abraçavam a fé judaica, mas joão batizava judeus! João explicou que esse batismo era feito com água, mas que o Messias viria e faria um batismo espiritual. Mais uma vez, João deixou claro que não estava fundando uma nova religião nem procurando exaltar a si mesmo. Voltava o olhar das pessoas para o Salvador, o Filho de Deus (Jo 1:34). Veremos mais adiante que Jesus Cristo foi apresentado ao povo de Israel por meio do batismo.
FONTE: Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento de Warren W. Wiersbe, vol. 1, p. 368-369
João Batista é uma das pessoas mais importantes do Novo Testamento, no qual é mencionado pelo menos 89 vezes. João teve o privilégio especial de apresentar Jesus à nação de Israel. Também foi incumbido da difícil tarefa de preparar a nação para receber seu Messias. Chamou o povo ao arrependimento dos pecados e a dar testemunho desse arrependimento por meio do batismo e de uma vida transformada.
João apresenta um resumo da pregação de joão Batista sobre Jesus Cristo (Jo 1:1518). Primeiro, e/e é eterno (Jo 1:15). Na verdade, João Batista nasceu seis meses antes de Jesus (Lc 1:36), de modo que essa afirmação refere-se à preexistência de Jesus, não ao dia de seu nascimento. Jesus existia antes de João Batista ser concebido. Jesus Cristo tem plenitude de graça e de verdade (Jo 1:16, 17). A graça consiste no favor e na bondade de Deus, sendo concedida aos que não merecem e que não podem fazer coisa alguma para ser dignos dela. Se Deus nos tratasse de acordo com a verdade, nenhum de nós sobreviveria; mas ele nos trata de acordo com sua graça e verdade. Em sua vida, morte e ressurreição, Jesus Cristo cumpriu todos os requisitos da Lei; agora, Deus pode compartilhar a plenitude da graça com os que crêem em Cristo. A graça sem a verdade seria enganosa, e a verdade sem a graça seria condenatória.
Em João 1:17, o evangelista não sugere que não havia graça sob a Lei de Moisés, pois isso não é verdade. Cada sacrifício era uma expressão da graça de Deus. A Lei também revelava a verdade de Deus. Mas, em Jesus Cristo, a graça e a verdade atingiram sua plenitude, e essa plenitude encontra-se a nossa disposição hoje. Somos salvos pela graça (Ef 2:8, 9), mas também vivemos pela graça (1 C o 15:10) e dependemos da graça de Deus em tudo o que fazemos. Podemos receber sucessivas graças, pois cada vez "ele dá maior graça" (Tg 4:6). João indica que uma nova ordem havia começado, e que essa ordem substituía o sistema mosaico.
Por fim, Jesus Cristo revela Deus (Jo 1:18). No que diz respeito a sua essência, Deus é invisível (1 Tm 1:17; Hb 11:27). O homem pode ver Deus revelado na natureza (SI 19:16; Rm 1:20) e em seus feitos poderosos na história, mas não pode ver o próprio Deus. Jesus Cristo revela Deus a nós, pois ele é "a imagem do Deus invisível" (Cl 1:15) e "a expressão exata do seu Ser" (Hb 1:3). O termo traduzido por "revelou" dá origem a nossa palavra exegese e significa "explicar, esclarecer, conduzir". Jesus Cristo explica e interpreta Deus para nós. É simplesmente impossível entender Deus sem seu Filho, Jesus Cristo.
O termo Filho é usado pela primeira vez no Evangelho de João como um título para Jesus Cristo (Jo 1:18). O adjetivo unigénito significa "singular, sem par". Não sugere que houve um tempo em que o Filho não existia e que, então, o Pai o fez existir. Jesus Cristo é o Deus eterno e, portanto, sempre existiu. Em pelo menos nove ocasiões no Evangelho de João, Jesus é chamado de "Filho de Deus" (Jo 1:34, 49; 3:18; 5:25; 10:36; 11:4, 27; 19:7; 20:31). Cabe lembrar que o propósito de João ao escrever este livro é convencer seus leitores que Jesus é o Filho de Deus (Jo 20:31). Em pelo menos 22 ocasiões, Jesus é chamado de "o Filho". Não é apenas o Filho de Deus, mas é Deus, o Filho. Até mesmo os demônios reconheceram esse fato (Mc 3:11; Lc 4:41).
João Batista é uma das seis pessoas mencionadas no Evangelho de João que testemunharam que Jesus é Deus. As outras são Natanael (Jo 1:49), Pedro (Jo 6:69), o homem cego que foi curado (Jo 9:35-38), Marta (Jo 11:27) eTomé (Jo 20:28). Se acrescentarmos a isso a palavra do próprio Cristo (Jo 5:25; 10:36), teremos sete testemunhos evidentes. João relata quatro dias da vida de João Batista, de Jesus e dos primeiros discípulos. Continua essa seqüência em João 2, em que apresenta uma "semana da nova criação", por assim dizer, paralela à semana da criação em Gênesis 1.
No primeiro dia (Jo 1:19-24), uma comissão de líderes religiosos judeus interrogou João Batista. Esses homens tinham todo o direito de investigar João Batista e seu ministério, pois eram os guardiões da fé. Fizeram-lhe várias perguntas, e ele lhes respondeu com clareza.
"Quem és, pois?", é uma pergunta lógica. Ele era o Messias prometido? Era o profeta Elias que devia vir antes do Messias? (Ml 4:5). Grandes multidões haviam se reunido para ouvir João, e muitas pessoas haviam sido batizadas. Apesar de João não realizar milagres (Jo 10:41), é possível que essas pessoas acreditassem que ele era o Messias prometido.
João negou ser Elias ou o Messias. (Em certo sentido, ele era o Elias prometido. Ver Mt 17:10-13.) Não tinha coisa alguma a dizer sobre si mesmo, pois havia sido enviado para falar sobre o Messias! Jesus é o Verbo, enquanto João não passava de uma "voz" - e não se pode ver uma voz! João apontou para a profecia de Isaías (Is 40:1-3) e afirmou que ele era o cumprimento dessa palavra.
Depois de definir a identidade de João, a comissão perguntou-lhe o que estava fazendo. "Então, por que batizas?" João não havia recebido de seres humanos a autoridade para batizar, mas sim do céu, pois Deus. havia lhe dado essa missão (Mt 21:23-32). Os líderes religiosos judeus daquele tempo batizavam gentios que abraçavam a fé judaica, mas joão batizava judeus! João explicou que esse batismo era feito com água, mas que o Messias viria e faria um batismo espiritual. Mais uma vez, João deixou claro que não estava fundando uma nova religião nem procurando exaltar a si mesmo. Voltava o olhar das pessoas para o Salvador, o Filho de Deus (Jo 1:34). Veremos mais adiante que Jesus Cristo foi apresentado ao povo de Israel por meio do batismo.
FONTE: Comentário Bíblico Expositivo Novo Testamento de Warren W. Wiersbe, vol. 1, p. 368-369