Comentário de João 17:4
A
distância em que nos encontramos de qualquer “gnose” e de toda a “mística” é
revelada de imediato pela frase seguinte. “Eu te glorifiquei na
terra, consumando a obra que me confiaste para fazer.” Jesus fala da “obra”
que ele “consumou” nessa terra. Ele fala disso como se a pior parcela
dessa “obra”, a cruz, já estivesse atrás dele. Tão seguro Jesus está da
consumação. Contudo, exclamará “Está consumado” somente quando inclinar a
cabeça e morrer (Jo 19.30). Agora ele faz um retrospecto dos anos de atuação e
luta. Com vistas aos v. 4,6,8,12,14,22,26, podemos afirmar que a oração de
Jesus nesse retrospecto se torna uma sagrada prestação de contas do Filho
perante o Pai. Em tudo que preencheu esses anos, ele “glorificou” a
Deus. Sua “obra” não era constituída de reflexão meditativa e de
compenetração mística, mas de “ação”. A obra lhe foi “confiada” pelo
Pai, “para fazê-la”. Não representou um fardo, mas foi para ele uma
“dádiva” do Pai. Com quanta satisfação o Filho realizou essa obra, “glorificando
na terra” o Pai.[1]
[1]Boor, W. d. (2002; 2008). Comentário Esperança,
Evangelho de João; Comentário Esperança, João (380). Editora Evangélica
Esperança; Curitiba.