Parábola da Pomba
(Jo 1:32)
Antes de Jesus dirigir-se ao deserto para ser tentado (onde por quarenta dias ele não teve outra companhia a não ser a das feras e daquele a que Pedro se refere como "leão que ruge"), ele foi ao Jordão para ser batizado por João. Inúmeras pessoas já haviam passado pelas mãos do Batista. Mas que momento único deve ter sido quando Jesus procurou pelo seu batismo, e João sentiu mais necessidade de ser batizado, como pecador, do que administrar o batismo de arrependimento àquele que era três vezes santo. Mas Jesus calou João, quando disse que veio para cumprir toda a justiça. Por seu batismo, ele se identificou com a raça pecadora que viera salvar.
Quando Jesus emergiu da água, foi concedido o sinal a muito tempo esperado — o Espírito Santo desceu sobre ele, vindo dos céus como uma pomba e junto com ele veio a bênção do Pai. Antes da batalha do deserto, veio essa maravilhosa bênção no Jordão. O símbolo da pomba falava da natureza e da missão daquele sobre quem havia repousado. Como pássaro do amor, a pomba é o símbolo da paz. Jesus porventura não veio como a personificação da paz? Paulo não escreveu "Ele é a nossa paz"? Por duas vezes lemos que o Espírito Santo, em forma de pomba, "repousou sobre ele". Isso não era um batismo transitório como o da água. A presença do Espírito Santo em sua vida não era um revestimento ocasional, mas uma unção permanente.
Depois, quando João viu um rebanho de ovelhas conduzidas ao matadouro, em razão da Páscoa que se aproximava, com sua voz deu testemunho da verdade simbólica de Jesus como o Cordeiro de Deus que morreria pelo pecado do mundo. Conhecedor como era das profecias de Isaías, sabia que aquele que havia batizado, e sobre quem a pomba repousava, era o Cordeiro que seria levado ao matadouro pela nossa iniqüidade.
Fonte: Todas as Parábolas da Bíblia de Herbert Lockyer, São Paulo, Editora Vida, 2006.