JOÃO 7:53-8:11 — Não Faz Parte da Bíblia?

JOÃO 7:53 - 8:11 - Por que alguns eruditos questionam essa história, dizendo que não deveria estar na Bíblia?

PROBLEMA: A história da mulher surpreendida em adultério é encontrada na maioria das versões em português, tais como na ARA, R-IBB, SBTB, EC, NVI, TLH e BV, se bem que, em algumas delas (como na ARA) esse texto vem entre colchetes, indicando que não faz parte do texto de João. Algumas dessas versões incluem também uma nota explicativa. Por que muitos eruditos crêem que essa história não faz parte do manuscrito original do Evangelho de João?

SOLUÇÃO: Há várias razões por que muitos eruditos questionam quanto a esta passagem pertencer ou não ao Evangelho de João: (1) Essa passagem não aparece nos manuscritos gregos mais antigos e confiáveis. (2) Ela não é encontrada nos melhores manuscritos das mais antigas traduções da Bíblia para o siríaco antigo, para o copto, para o gótico e para o latim antigo. (3) Nenhum escritor grego comentou acerca dessa passagem nos onze primeiros séculos do cristianismo. (4) Ela não é citada pela maioria dos grandes primeiros "pais" da Igreja, tais como Clemente, Tertuliano, Orígenes, Cipriano, Cirilo e outros. (5) O seu estilo não é conforme o restante do Evangelho de João. (6) Ela interrompe o fluxo de pensamento de João. A seqüência parece ser mais natural passando-se de João 7:52 para 8:12. (7) Essa história tem sido encontrada em vários lugares diferentes em certos manuscritos - depois de João 7:36; depois de João 21:24; depois de João 7:44; e depois de Lucas 21:38. (8) Muitos manuscritos que a incluem em João 7:53-8:11 assinalaram-na com um óbelo, indicando ser uma passagem duvidosa.

Apesar disso, muitos eruditos bíblicos acreditam que essa história é autêntica. Ela com certeza não contém nenhum erro de doutrina, e enquadra-se dentro do caráter de Jesus e do seu ensino, mas não se sabe ao certo se ela estava ou não no texto do manuscrito original de João.




Fonte: Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia de Norman Geisler e Thomas Howe. Traduzido por Milton Azevedo Andrade. São Paulo. Mundo Cristão, 1999