João 21:1-25 — Interpretação
Muitos comentaristas duvidam que este último capítulo seja da pena do evangelista João. Trata-se claramente de um apêndice à obra. Entretanto, a semelhança de teor, de estilo literário e de estrutura, entre ele e os demais capítulos da obra, apoiam decididamente a autoria única.
A semelhança entre este passo e Lc 5.1-11 não implica necessariamente que João aproveitou a narrativa de. Seguindo a sugestão de Pedro, seis discípulos, inclusive Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu e mais dois cujos nomes não são mencionados, passam a noite toda pescando no mar de Tiberíades sem apanhar coisa alguma. De madrugada, Jesus aparece na praia e dirige-se afetuosamente aos discípulos: "Filhos, tendes aí alguma cousa de comer?" (5). Quando respondem que não, Ele manda lançar a rede à direita do barco. A mera obediência à Sua palavra produz resultados além das expectativas. Com isto, o "discípulo amado" reconhece o Senhor e informa Pedro, que logo lança-se ao mar (7). Os outros chegam para achar uma refeição já pronta, e recebem a ordem de trazer dos peixes apanhados. Pedro arrasta a rede para a praia e Jesus convida-os, dizendo: Vinde, comei (12). Esta era a terceira vez que Jesus se manifestou aos discípulos. As duas outras ocasiões são citadas em Jo 20.19 e segs. e Jo 20.26 e segs. O milagre da pesca tem o objetivo de ensinar as condições únicas em que os discípulos, como pescadores de homens, poderão fazer a obra.
A figura do pescador e dos peixes é agora substituída no ensino do Senhor pela do pastor e das ovelhas e a mudança marca a extensão da missão dos discípulos. Pedro negou o Mestre três vezes. Agora Jesus o obriga a afirmar três vezes o seu amor. Amasme...? (15). No original grego, o verbo é agapao, que sugere amor que envolve uma escolha deliberada. Na sua resposta, Pedro usa o verbo phileo, uma forma inferior de amor, que corresponde a "gosto de". No vers. 17, Jesus emprega o verbo phileo, "Gostas de mim?". Pedro se entristece com esta pergunta. A diferença nos verbos mostra que o Senhor exigiu menos de Pedro a segunda vez. Note-se também a crescente humildade de Pedro. Entretanto, às vezes os dois verbos são usados como sinônimos. O Senhor ordena que Pedro pastoreie Seus cordeiros (gr. probatia).
Pedro interroga o Senhor quanto ao futuro do "discípulo amado", o qual na ceia reclinara sobre o peito de Jesus (20), mas Jesus repreende-o. A responsabilidade de Pedro é seguir ao Senhor, que diz do discípulo amado: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Este dito foi interpretado pelos apóstolos que João não ia morrer. O autor procura corrigir o mal-entendido neste epílogo. Alguns sustentam que João já tinha morrido e que o escritor do trecho estava querendo reconciliar o fato da morte de João com a suposta predição de Sua imunidade à morte.
Os dois últimos versículos foram acrescentados por pessoas anônimas, que asseveram que "o discípulo que dá testemunho a respeito destas cousas" é o autor deste Evangelho (24). Este discípulo é um dos sete que saíram para pescar (2); também é conhecido como o discípulo a quem Jesus amava (20). Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro (24). A quem se deve atribuir este testemunho adicional? Muitos, inclusive Lightfoot, identificam o grupo mais íntimo do colégio apostólico, enquanto outros optam pelos anciãos em Éfeso, associados com João e sua obra. Mais outros sustentam que o próprio João está falando em nome de todos. Os leitores são lembrados que o quarto Evangelho é limitado quanto aos dados. O vers. 25 não é exagero retórico, mas a franca confissão das limitações literárias de quem empreendeu uma tarefa tão vasta. No mundo inteiro não caberiam os volumes necessários para narrar tudo a respeito do evento encarnado da redenção, que teve suas origens no eterno propósito de Deus. Este último versículo foi omitido no texto preparado por Tischendorf, mas a omissão foi combatida com êxito. Não há evidência documentada para tal omissão.
A semelhança entre este passo e Lc 5.1-11 não implica necessariamente que João aproveitou a narrativa de. Seguindo a sugestão de Pedro, seis discípulos, inclusive Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu e mais dois cujos nomes não são mencionados, passam a noite toda pescando no mar de Tiberíades sem apanhar coisa alguma. De madrugada, Jesus aparece na praia e dirige-se afetuosamente aos discípulos: "Filhos, tendes aí alguma cousa de comer?" (5). Quando respondem que não, Ele manda lançar a rede à direita do barco. A mera obediência à Sua palavra produz resultados além das expectativas. Com isto, o "discípulo amado" reconhece o Senhor e informa Pedro, que logo lança-se ao mar (7). Os outros chegam para achar uma refeição já pronta, e recebem a ordem de trazer dos peixes apanhados. Pedro arrasta a rede para a praia e Jesus convida-os, dizendo: Vinde, comei (12). Esta era a terceira vez que Jesus se manifestou aos discípulos. As duas outras ocasiões são citadas em Jo 20.19 e segs. e Jo 20.26 e segs. O milagre da pesca tem o objetivo de ensinar as condições únicas em que os discípulos, como pescadores de homens, poderão fazer a obra.
A figura do pescador e dos peixes é agora substituída no ensino do Senhor pela do pastor e das ovelhas e a mudança marca a extensão da missão dos discípulos. Pedro negou o Mestre três vezes. Agora Jesus o obriga a afirmar três vezes o seu amor. Amasme...? (15). No original grego, o verbo é agapao, que sugere amor que envolve uma escolha deliberada. Na sua resposta, Pedro usa o verbo phileo, uma forma inferior de amor, que corresponde a "gosto de". No vers. 17, Jesus emprega o verbo phileo, "Gostas de mim?". Pedro se entristece com esta pergunta. A diferença nos verbos mostra que o Senhor exigiu menos de Pedro a segunda vez. Note-se também a crescente humildade de Pedro. Entretanto, às vezes os dois verbos são usados como sinônimos. O Senhor ordena que Pedro pastoreie Seus cordeiros (gr. probatia).
Pedro interroga o Senhor quanto ao futuro do "discípulo amado", o qual na ceia reclinara sobre o peito de Jesus (20), mas Jesus repreende-o. A responsabilidade de Pedro é seguir ao Senhor, que diz do discípulo amado: Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Este dito foi interpretado pelos apóstolos que João não ia morrer. O autor procura corrigir o mal-entendido neste epílogo. Alguns sustentam que João já tinha morrido e que o escritor do trecho estava querendo reconciliar o fato da morte de João com a suposta predição de Sua imunidade à morte.
Os dois últimos versículos foram acrescentados por pessoas anônimas, que asseveram que "o discípulo que dá testemunho a respeito destas cousas" é o autor deste Evangelho (24). Este discípulo é um dos sete que saíram para pescar (2); também é conhecido como o discípulo a quem Jesus amava (20). Sabemos que o seu testemunho é verdadeiro (24). A quem se deve atribuir este testemunho adicional? Muitos, inclusive Lightfoot, identificam o grupo mais íntimo do colégio apostólico, enquanto outros optam pelos anciãos em Éfeso, associados com João e sua obra. Mais outros sustentam que o próprio João está falando em nome de todos. Os leitores são lembrados que o quarto Evangelho é limitado quanto aos dados. O vers. 25 não é exagero retórico, mas a franca confissão das limitações literárias de quem empreendeu uma tarefa tão vasta. No mundo inteiro não caberiam os volumes necessários para narrar tudo a respeito do evento encarnado da redenção, que teve suas origens no eterno propósito de Deus. Este último versículo foi omitido no texto preparado por Tischendorf, mas a omissão foi combatida com êxito. Não há evidência documentada para tal omissão.