João 13:1-20 — Interpretação
A data exata da última ceia e da crucificação constituem o maior problema na cronologia joanina. Enquanto os Evangelhos sinóticos parecem colocar a ceia no dia 14 de Nisã, João marca o dia antes. A cronologia joanina parece-nos preferível pelas seguintes razões. Os inimigos de Cristo resolveram não o prender no dia da festa. Teria sido ilegal levá-lo ao tribunal num dia de festa. Mais ainda, era ilegal levar armas num tal dia. Linho foi comprado é especiarias preparadas naquele dia, duas atividades impróprias à festa. Algumas autoridades acham que os saduceus, no ano da crucificação, observaram a festa um dia mais tarde que os fariseus. Esta hipótese é uma possível explicação da aparente discórdia.
O evento realiza-se no cenáculo onde Jesus participa duma refeição com os seus discípulos. Jesus sabe que a hora da Sua paixão está próxima. João não descreve a instituição da Ceia do Senhor (ver Mt 26.20-35; Mc 14.17-31; Lc 22.14-38).
Em vez disto, João pinta o gesto do Mestre que realmente interpreta o valor da Sua morte. A lavagem dos pés dos discípulos deve significar mais do que uma lição em condescendência divina, pois o incidente se enquadra no discurso de Jesus relativo à Sua hora, que se aproxima, e à traição de Judas. Note-se que a traição é atribuída ao diabo (2; cfr. vers. 27; Gn 3.15).
Jesus levanta-se da ceia, tira a vestimenta de cima, e tomando uma toalha, cinge-se com ela. Tirou a vestimenta (4; gr. tithemi, se usa em Jo 10.11, com referência ao dar a vida pelas ovelhas). Então, começa a lavar os pés dos discípulos, ato humilde normalmente praticado por um escravo, e que um deles bem podia ter feito na hora da sua chegada. Quando Pedro protesta contra o gesto (6), Cristo lhe responde que saberá só depois o que significa (7). Pedro faz protesto de novo (8) e mais uma vez Jesus lhe responde. Logo Pedro pede, não somente os pés mas também as mãos e cabeça (9).
Nisto Pedro confunde o símbolo com a realidade. O vers. 10 parece significar que a lavagem dos pés é adequada em expressar purificação completa.
Quem toma banho em casa, antes de sair não precisa mais do que a lavagem dos pés, quando chega à casa do hóspede. Vós estais limpos, mas não todos (10). Apesar de tomar parte na lavagem, Judas não está limpo no sentido espiritual.
Jesus agora explica o simbolismo do seu ato. Os discípulos o chamam de Mestre e Senhor. Contudo, praticou o serviço de um escravo assim manifestando sua humildade absoluta. A humilhação de Cristo foi uma condição da redenção do homem. O Mestre os exorta a assumirem a mesma atitude de humilhação voluntária (14-15), e, em seguida, revela a verdadeira natureza de autoridade. O escravo não é maior do que seu Mestre, nem o enviado maior do que Aquele que enviou. A pura felicidade é reservada para quem seguir o seu exemplo. Então, Jesus fala de Judas, que O há de trair brevemente (18), "para que se cumpra a Escritura". Nesta hora Jesus fala das coisas que lembrarão depois e a lembrança das Suas palavras servirá de confirmar sua confiança do apostolado (19). Eles são os seus arautos e quem os recebe, recebe também ao Filho e ao Pai (20).
O evento realiza-se no cenáculo onde Jesus participa duma refeição com os seus discípulos. Jesus sabe que a hora da Sua paixão está próxima. João não descreve a instituição da Ceia do Senhor (ver Mt 26.20-35; Mc 14.17-31; Lc 22.14-38).
Em vez disto, João pinta o gesto do Mestre que realmente interpreta o valor da Sua morte. A lavagem dos pés dos discípulos deve significar mais do que uma lição em condescendência divina, pois o incidente se enquadra no discurso de Jesus relativo à Sua hora, que se aproxima, e à traição de Judas. Note-se que a traição é atribuída ao diabo (2; cfr. vers. 27; Gn 3.15).
Jesus levanta-se da ceia, tira a vestimenta de cima, e tomando uma toalha, cinge-se com ela. Tirou a vestimenta (4; gr. tithemi, se usa em Jo 10.11, com referência ao dar a vida pelas ovelhas). Então, começa a lavar os pés dos discípulos, ato humilde normalmente praticado por um escravo, e que um deles bem podia ter feito na hora da sua chegada. Quando Pedro protesta contra o gesto (6), Cristo lhe responde que saberá só depois o que significa (7). Pedro faz protesto de novo (8) e mais uma vez Jesus lhe responde. Logo Pedro pede, não somente os pés mas também as mãos e cabeça (9).
Nisto Pedro confunde o símbolo com a realidade. O vers. 10 parece significar que a lavagem dos pés é adequada em expressar purificação completa.
Quem toma banho em casa, antes de sair não precisa mais do que a lavagem dos pés, quando chega à casa do hóspede. Vós estais limpos, mas não todos (10). Apesar de tomar parte na lavagem, Judas não está limpo no sentido espiritual.
Jesus agora explica o simbolismo do seu ato. Os discípulos o chamam de Mestre e Senhor. Contudo, praticou o serviço de um escravo assim manifestando sua humildade absoluta. A humilhação de Cristo foi uma condição da redenção do homem. O Mestre os exorta a assumirem a mesma atitude de humilhação voluntária (14-15), e, em seguida, revela a verdadeira natureza de autoridade. O escravo não é maior do que seu Mestre, nem o enviado maior do que Aquele que enviou. A pura felicidade é reservada para quem seguir o seu exemplo. Então, Jesus fala de Judas, que O há de trair brevemente (18), "para que se cumpra a Escritura". Nesta hora Jesus fala das coisas que lembrarão depois e a lembrança das Suas palavras servirá de confirmar sua confiança do apostolado (19). Eles são os seus arautos e quem os recebe, recebe também ao Filho e ao Pai (20).