João 12:1-8 — Interpretação
Em João, o incidente da unção de Jesus ocorre depois que as autoridades resolvem prender Jesus e confirmam a resolução de tomar sua vida. A situação cronológica, os pormenores e ênfase geral deste Evangelho são diferentes dos que se encontram nas narrativas sinóticas. Cfr. Mc 14.3-9; Mt 26.6-13; Lc 7.37-50.
O problema que se nos apresenta é de ordem crítica e cronológica. A versão que João oferece se compara, em muito, com a narrativa de, concernente à pecadora que ungiu Jesus. Este último incidente ocorreu muito antes da morte de Jesus. Na narrativa de João vê-se também evidência da fonte original em Marcos e Mateus. Entretanto, João identifica a mulher incógnita com Maria, irmã de Marta. A Igreja Latina pensou que Maria ungiu Jesus em duas ocasiões, primeiro quando foi salva do caminho de pecado e, depois, em Betânia.
João fixa a data do incidente seis dias antes da páscoa (1), enquanto Marcos indica dois dias antes (Mc 14.1). As dificuldades cronológicas estão ligadas com o problema da data certa da crucificação. Westcott sugere 8 de Nisã, para este incidente, baseando-se em 14 de Nisã para a crucificação. Jesus devia ter chegado, neste caso, no último sábado judaico antes da páscoa. Outros optam pela segunda-feira, 10 de Nisã, dia em que o cordeiro pascoal era separado. Neste Evangelho, o incidente precede a entrada triunfal.
A festa é realizada em Betânia, na casa de Simão (cfr. Mc 4.3). Marta serve, e Lázaro está presente (2). Maria toma lima libra de bálsamo de nardo puro (3). Gr. pistike. Não é claro o significado do vocábulo original. Às vezes significa "notável" sendo possivelmente um adjetivo de uso local. Moffatt traduz "real", pelo fato de o nardo ser muitas vezes falsificado. Maria unge os pés de Jesus e enxuga-os com os seus cabelos (3). Judas Iscariotes protesta contra a extravagância do ato e quer saber porque o seu valor em dinheiro não fosse dado aos pobres (5). Seus motivos não são filantrópicos; seu interesse é mercenário, pois é ele que guarda a bolsa e, como tesoureiro do colégio apostólico, encontra-se numa posição que facilita algum desfalque. Tirava o que nela se lançava (6). Tirava: gr. ebastazen, "levava, furtava".
Jesus explica porque Maria não distribuiu o valor do nardo, em dinheiro, aos pobres: "Deixai-a que ela guarde isso para o dia em que me embalsamarem" (7). O que sobra da unção, Maria guarda em antecipação da Sua morte. A devoção de Maria contrasta com o espírito interesseiro de Judas. Este facilmente apresenta razões, apoiadas pela prudência para não gastar tanto. Teria sido difícil para Maria justificar sua ação pelo raciocínio. O amor de Maria se derrama sobre os pés de Cristo em antecipação da Sua paixão e, assim, contrasta com a cupidez de Judas, a qual, gradativamente, se torna ódio.
O problema que se nos apresenta é de ordem crítica e cronológica. A versão que João oferece se compara, em muito, com a narrativa de, concernente à pecadora que ungiu Jesus. Este último incidente ocorreu muito antes da morte de Jesus. Na narrativa de João vê-se também evidência da fonte original em Marcos e Mateus. Entretanto, João identifica a mulher incógnita com Maria, irmã de Marta. A Igreja Latina pensou que Maria ungiu Jesus em duas ocasiões, primeiro quando foi salva do caminho de pecado e, depois, em Betânia.
João fixa a data do incidente seis dias antes da páscoa (1), enquanto Marcos indica dois dias antes (Mc 14.1). As dificuldades cronológicas estão ligadas com o problema da data certa da crucificação. Westcott sugere 8 de Nisã, para este incidente, baseando-se em 14 de Nisã para a crucificação. Jesus devia ter chegado, neste caso, no último sábado judaico antes da páscoa. Outros optam pela segunda-feira, 10 de Nisã, dia em que o cordeiro pascoal era separado. Neste Evangelho, o incidente precede a entrada triunfal.
A festa é realizada em Betânia, na casa de Simão (cfr. Mc 4.3). Marta serve, e Lázaro está presente (2). Maria toma lima libra de bálsamo de nardo puro (3). Gr. pistike. Não é claro o significado do vocábulo original. Às vezes significa "notável" sendo possivelmente um adjetivo de uso local. Moffatt traduz "real", pelo fato de o nardo ser muitas vezes falsificado. Maria unge os pés de Jesus e enxuga-os com os seus cabelos (3). Judas Iscariotes protesta contra a extravagância do ato e quer saber porque o seu valor em dinheiro não fosse dado aos pobres (5). Seus motivos não são filantrópicos; seu interesse é mercenário, pois é ele que guarda a bolsa e, como tesoureiro do colégio apostólico, encontra-se numa posição que facilita algum desfalque. Tirava o que nela se lançava (6). Tirava: gr. ebastazen, "levava, furtava".
Jesus explica porque Maria não distribuiu o valor do nardo, em dinheiro, aos pobres: "Deixai-a que ela guarde isso para o dia em que me embalsamarem" (7). O que sobra da unção, Maria guarda em antecipação da Sua morte. A devoção de Maria contrasta com o espírito interesseiro de Judas. Este facilmente apresenta razões, apoiadas pela prudência para não gastar tanto. Teria sido difícil para Maria justificar sua ação pelo raciocínio. O amor de Maria se derrama sobre os pés de Cristo em antecipação da Sua paixão e, assim, contrasta com a cupidez de Judas, a qual, gradativamente, se torna ódio.