João 10:22-42 — Interpretação
O drama está próximo ao seu ponto culminante. Vários discursos foram feitos. Agora a tempestade vai desfechar sobre Ele. Nesta festa da dedicação (22), o Senhor Jesus faz mais um discurso evangélico. Celebrava-se... a festa (22). Note-se que a cronologia joanina segue as festas. A festa da dedicação (hebr. chanuccah) realizava-se em dezembro e foi instituída para comemorar a restauração dos cultos no templo, em 165 A. C., pelos macabeus, depois de ter sido profanado por Antíoco Epifanes. O começo da narrativa oferece pormenores luminosos das circunstâncias em que foi proferido o discurso.
Jesus anda no templo, à altura do pórtico de Salomão, quando os judeus o cercam (23-24). Resolvem obrigá-lo, definitivamente, a dar resposta exata às suas perguntas. Insistem que se declare claramente quanto às Suas reivindicações messiânicas. Até quando nos deixarás a mente em suspenso? (24). Se é o Messias, que se declare (gr. heos pote ten psychen hemon aireis? Cfr. o uso de aireo no vers. 18, onde é traduzido "tirar a vida"). Podemos parafrasear o vers. 24 assim: Até quando continuarás a ameaçar a nossa vida? "Os judeus entendem o perigo, sem perceberem que o cumprimento do seu próprio destino o torna necessário" (Hoskyns, The Fourth Gospel). A implicação é clara: a salvação da nação depende do ministério de Cristo. Este é o sentido mais profundo da declaração de Caifás em Jo 11.50.
Se tu és o Cristo, dize-o francamente (24). Os judeus acham que o tempo é oportuno para uma inequívoca declaração de sua autoridade, se Ele realmente a possui. Jesus responde que já o tem dito, porém a incredulidade e cegueira espiritual lhes impossibilitam reconhecer as obras dEle, que são as evidências mais óbvias do seu ministério. Eles não são Suas ovelhas; as minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem (27); recebem a vida eterna (28, cfr. vers. 10). Ninguém as arrebatará da minha mão (28). Este verso ensina a segurança eterna do crente, contudo isto não deve constituir motivo para negligenciar o esforço espiritual e a vigilância.
Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo (29). "A unidade da Igreja é sua força invencível" (Clarendon Bible). Cfr. Jo 6.39; Jo 17.2. "A vida eterna, que é o dom do Pai ao Filho, é maior do que qualquer potência da terra" (C. J. Wright). Este verso salienta o fato que o Pai é a autoridade final de que depende a segurança dos seus filhos. Eu e o Pai somos um (30). O evangelista não define a natureza da união do Pai com o Filho. Agostinho considera que o verbo grego esmen (somos) refuta o Sabelianismo, e que hen (um) rebate o Arianismo. Os judeus entendem estas palavras como reivindicação de absoluta autoridade, que, para eles, seria a pior blasfêmia. Pegam em pedras para matá-lo (31; cfr. Jo 8.59). Jesus procura convencê-los, apontando para suas boas obras; por qual delas me apedrejais? (32). Não é por boas obras, eles respondem, mas pela blasfêmia de colocar-se numa posição de comunhão privilegiada e única com o Pai. Eles julgam que, desta maneira, Ele declara-se Deus (33).
Jesus lhes responde com dois argumentos. Primeiro, apela para o Velho Testamento (34) e, então, aponta para o caráter da Sua Missão (37-38). Se os dirigentes dos judeus são chamados "deuses" no Sl 82.6, em virtude da sua divina comissão e da autoridade e ofício sagrado outorgados nas Sagradas Escrituras, como podem chamar Cristo blasfemo, sendo Ele ungido e enviado ao mundo pelo Pai? Se os dirigentes judaicos são designados "deuses" em virtude da sua comissão, quanto mais apropriado seria o termo para Aquele que foi consagrado pelo Pai. O Filho de Deus foi dedicado à obra de redenção e a Sua morte seria a máxima expressão da Sua santificação (Jo 17.19). Note-se que a palavra traduzida "dedicação", em conexão com a festa (22), é outra de que se usa para a dedicação de Jesus (36). Esta se usa só de pessoas; aquela, de coisas.
O segundo argumento é que as Suas ações correspondem ao Seu ensino. As obras (38), em si mesmas, são adequadas para o exercício de fé e constituem evidências em favor de suas reivindicações. O testemunho de Seus feitos conduz ao entendimento da doutrina da Sua união com o Pai; "que possais saber (aoristo) e compreender (presente) que o Pai está em mim, e Eu estou no Pai" (38).
Jesus livra-se da tentativa dos judeus de prendê-lo e retira-se para além do Jordão (39-40). Sua retirada à Peréia, o local do primeiro ministério do Batista, é sugestiva (Jo 1.28). Jesus permanece ali por um período de dois meses até a aproximação da páscoa. Muitos O procuram, lembrando o testemunho fiel de João Batista a respeito da Sua pessoa (41). Desta maneira, o evangelista contrasta habilmente a incredulidade dos judeus em Jerusalém com a fé dos habitantes do Jordão, que ainda lembravam o testemunho sobre Jesus, dado pelo Batista.
Jesus anda no templo, à altura do pórtico de Salomão, quando os judeus o cercam (23-24). Resolvem obrigá-lo, definitivamente, a dar resposta exata às suas perguntas. Insistem que se declare claramente quanto às Suas reivindicações messiânicas. Até quando nos deixarás a mente em suspenso? (24). Se é o Messias, que se declare (gr. heos pote ten psychen hemon aireis? Cfr. o uso de aireo no vers. 18, onde é traduzido "tirar a vida"). Podemos parafrasear o vers. 24 assim: Até quando continuarás a ameaçar a nossa vida? "Os judeus entendem o perigo, sem perceberem que o cumprimento do seu próprio destino o torna necessário" (Hoskyns, The Fourth Gospel). A implicação é clara: a salvação da nação depende do ministério de Cristo. Este é o sentido mais profundo da declaração de Caifás em Jo 11.50.
Se tu és o Cristo, dize-o francamente (24). Os judeus acham que o tempo é oportuno para uma inequívoca declaração de sua autoridade, se Ele realmente a possui. Jesus responde que já o tem dito, porém a incredulidade e cegueira espiritual lhes impossibilitam reconhecer as obras dEle, que são as evidências mais óbvias do seu ministério. Eles não são Suas ovelhas; as minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço e elas me seguem (27); recebem a vida eterna (28, cfr. vers. 10). Ninguém as arrebatará da minha mão (28). Este verso ensina a segurança eterna do crente, contudo isto não deve constituir motivo para negligenciar o esforço espiritual e a vigilância.
Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo (29). "A unidade da Igreja é sua força invencível" (Clarendon Bible). Cfr. Jo 6.39; Jo 17.2. "A vida eterna, que é o dom do Pai ao Filho, é maior do que qualquer potência da terra" (C. J. Wright). Este verso salienta o fato que o Pai é a autoridade final de que depende a segurança dos seus filhos. Eu e o Pai somos um (30). O evangelista não define a natureza da união do Pai com o Filho. Agostinho considera que o verbo grego esmen (somos) refuta o Sabelianismo, e que hen (um) rebate o Arianismo. Os judeus entendem estas palavras como reivindicação de absoluta autoridade, que, para eles, seria a pior blasfêmia. Pegam em pedras para matá-lo (31; cfr. Jo 8.59). Jesus procura convencê-los, apontando para suas boas obras; por qual delas me apedrejais? (32). Não é por boas obras, eles respondem, mas pela blasfêmia de colocar-se numa posição de comunhão privilegiada e única com o Pai. Eles julgam que, desta maneira, Ele declara-se Deus (33).
Jesus lhes responde com dois argumentos. Primeiro, apela para o Velho Testamento (34) e, então, aponta para o caráter da Sua Missão (37-38). Se os dirigentes dos judeus são chamados "deuses" no Sl 82.6, em virtude da sua divina comissão e da autoridade e ofício sagrado outorgados nas Sagradas Escrituras, como podem chamar Cristo blasfemo, sendo Ele ungido e enviado ao mundo pelo Pai? Se os dirigentes judaicos são designados "deuses" em virtude da sua comissão, quanto mais apropriado seria o termo para Aquele que foi consagrado pelo Pai. O Filho de Deus foi dedicado à obra de redenção e a Sua morte seria a máxima expressão da Sua santificação (Jo 17.19). Note-se que a palavra traduzida "dedicação", em conexão com a festa (22), é outra de que se usa para a dedicação de Jesus (36). Esta se usa só de pessoas; aquela, de coisas.
O segundo argumento é que as Suas ações correspondem ao Seu ensino. As obras (38), em si mesmas, são adequadas para o exercício de fé e constituem evidências em favor de suas reivindicações. O testemunho de Seus feitos conduz ao entendimento da doutrina da Sua união com o Pai; "que possais saber (aoristo) e compreender (presente) que o Pai está em mim, e Eu estou no Pai" (38).
Jesus livra-se da tentativa dos judeus de prendê-lo e retira-se para além do Jordão (39-40). Sua retirada à Peréia, o local do primeiro ministério do Batista, é sugestiva (Jo 1.28). Jesus permanece ali por um período de dois meses até a aproximação da páscoa. Muitos O procuram, lembrando o testemunho fiel de João Batista a respeito da Sua pessoa (41). Desta maneira, o evangelista contrasta habilmente a incredulidade dos judeus em Jerusalém com a fé dos habitantes do Jordão, que ainda lembravam o testemunho sobre Jesus, dado pelo Batista.