João Capítulo 18

João Capítulo 18
João Capítulo 18

Essa parte do procedimento foi realizada para conseguir a confirmação da sentença de morte (cf. Mc 15.2-20; M t 27.11-31; Lc 23.1-25). v. 28. o Pretório. Era a residência oficial do governador romano. Normalmente ele residia em Cesareia, na costa, e vinha a Jerusalém nas épocas de festas para garantir a ordem e o cumprimento da lei. Os judeus não entravam nele com base no costume de que nenhum judeu deveria entrar na casa de um gentio, porque ali sempre havia a possibilidade de se tornar impuro; incorrer nisso nesse momento os tornaria desqualificados para comer a Páscoa (v. comentário de 1.31). v. 31. Mas nós não temos o direito de executar ninguém. O poder sobre a morte e a vida aparentemente não tinha sido exercido pelo Sinédrio desde o tempo de Herodes, o Grande, embora as opiniões acerca disso sejam divergentes. v. 32. as palavras que Jesus tinha dito. É difícil avaliar a profundidade com que tinham sido compreendidas as palavras acerca de “levantar” (cf. 3.14; 12.32). Mas o evangelista claramente vê o seu cumprimento na Paixão. v. 33. Você é o rei dos judeus?. O texto em português não capta o que possivelmente foi um toque de ironia: “Você? Rei dos judeus?”. Pilatos sugere que o prisioneiro não tinha muita aparência de líder revolucionário que tivesse causado tanto distúrbio para poder denominar-se rei (cf. Lc 23.2). A acusação religiosa tinha sido substituída por uma acusação política para ter mais peso diante de Pilatos. A resposta de Jesus desafia a consciência de Pilatos (v. 35), mas este a descarta. Não obstante, Pilatos está desconcertado por uma reivindicação dessas ter suscitado a hostilidade dos judeus (v. 35b). v. 36. meu Reino: Jesus se refere ao seu lugar no propósito divino. Se o seu reino fosse terreno, seus servos iriam resistir a Pilatos e seus homens (cf. M t 26.53). v. 37. Todos os que são da verdade me ouvem: A resposta de Jesus à pergunta de Pilatos novamente é não comprometedora, na medida em que ele nega os termos de referência de Pilatos. Mas ele é rei, embora não no sentido que Pilatos entendia essa palavra. v. 38. Que é a verdade?: No melhor dos casos, essa era uma pergunta quase filosófica. Mas, ao propô-la, Pilatos evidentemente não é “da verdade”, v. 39. Os temores de Pilatos agora são duplos. Ele está consciente da pressão dos judeus na Páscoa e fica perturbado tam bém pelos temores da sua mulher (M t 27.19). v. 40. Barrabás era um rebelde (cf. Mc 15.7) e, por isso, como Jesus, um prisioneiro “político” . Os seus gritos renovados mostram que a explosão anterior dos judeus começara com a aparição anterior de Jesus (cf. M t 27.13,14).