João 1.19-34 — Interpretação
João testemunha de Cristo (Jo 1.19-34)
A introdução histórica deste Evangelho começa com o testemunho do Batista. Jo 1.19-2.11 dá-nos o relatório completo de uma semana cheia de eventos na inauguração do ministério de Jesus. O testemunho de João está ligado com a identificação significativa do Verbo com o Cristo, que estava no mundo a fim de revelar o Pai. O propósito do escritor torna-se patente na seleção dos eventos que logo revelam a trágica separação daqueles que creem dos que não creem O testemunho do Batista é narrado como o pano de fundo de oposição e preconceitos incipientes. Os sacerdotes e levitas mandam uma delegação de Jerusalém para fazer perguntas a respeito do batismo e suas reivindicações (19). Isto não é uma dramatização, sem nenhuma base histórica. Os pormenores, tais como a menção dos levitas, a precisão de data, a localização onde o interrogatório foi feito, evidenciam o interesse pelos fatos. A narrativa só podia advir de uma testemunha ocular. Betânia (28). Como tal lugar não existia doutro lado do Jordão no tempo de Orígenes, este mudou o nome para Betábara, e nesta forma o nome aparece em alguns manuscritos (ver ARC, n.).
Os sacerdotes e levitas perguntam autoritariamente Quem és tu (19). Ao responder, João nega ser o Cristo, Elias ou o profeta predito por Moisés (20,21; Dt 18.15 e segs.). Mais uma vez, eles fazem pressão para saber quem ele pretende ser (22). João declara que é somente a voz do que clama no deserto (23). (Cfr. Is 40.3). Sua missão era preparatória. Interrogado com mais insistência, ele declara que o rito do seu batismo é para purificação. Desfaz-se de toda autoridade e dignidade pessoais. Antes ele testemunha da dignidade dAquele que já está presente no mundo. As palavras do vers. 27 que foi antes de mim (ARC) estão omitidas na ARA, sendo encontradas em alguns MSS.
Os emissários partem, tendo ouvido o testemunho de João a respeito do Messias. No segundo dia, João Batista vê Jesus e O anuncia como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (29). A narrativa de João pressupõe o batismo de Jesus ter sido realizado antes da chegada da delegação. João Batista havia falado com Jesus sobre o significado vocacional da vinda do Messias, e a mensagem ardia no seu coração. O Cordeiro de Deus refere-se, ou ao Cordeiro Pascoal de Êx 12, ou ao cordeiro dos sacrifícios matinais e vespertinos de Êx 29.38-46, ou ao cordeiro de Is 53.4-12. Há também o Cordeiro mencionado em Gn 22.7. A concepção do Messias, como o Cordeiro de Deus, tomando sobre si o pecado do mundo, abrange a idéia de sua morte em termos de sacrifício vicário e redentivo. Jesus é o Cordeiro de Deus "cuja completa obediência cumprira os sacrifícios oferecidos no templo" (Hoskyns). E quase certo que aqui há uma referência à profecia de Isaías. Há também a idéia de remoção das culpas pelo tomar vicariamente o pecado. Vê-se uma sugestão de redenção no sofrimento do cordeiro pascoal com quem Jesus é frequentemente identificado.
Alguns comentaristas modernos julgam que estas gloriosas palavras sejam uma interpolação posterior, acrescentada à narrativa. Segundo eles a significação universal do ato redentivo de Jesus estava além da compreensão do Batista. O pensamento joanino deve ser entendido como revelação divina pronunciada por João Batista, que como muitos profetas antes dele, falou melhor do que conhecia. Alguns sugerem que João se tivesse embebido nas Escrituras do Velho Testamento, especialmente Isaías, onde o significado universal do ministério do Messias é ressaltado. Há certa evidência para tal conclusão no fato de Simeão e Ana e seu ambiente serem familiarizados com aquelas escrituras (Lc 2.32; Is 42.6; Is 49.6).
João aponta mais uma vez para o Messias que vem após ele em manifestação histórica, mas que o precede no que se refere à dignidade e prioridade (30). Eu não o conhecia; a frase implica que João não confiava no seu próprio julgamento. Não há contradição aqui às palavras de Mt 3.14. João está afirmando que ele não sabia que Jesus era o Messias. Tal conhecimento João recebeu de Deus. Como uma pomba (32). O aparecimento de uma pomba que afirma ter sido um fato objetivo (Lc 3.22), serviu de confirmação celestial da descida do Espírito Santo sobre o Filho de Deus. Através deste sinal João teve certeza que Jesus era, realmente, o Messias. Assim sendo, João interpreta o seu ministério messiânico em termos de filiação (34). Não há nenhuma justificação aqui da teoria que Jesus não fosse o Filho de Deus até este momento.
A introdução histórica deste Evangelho começa com o testemunho do Batista. Jo 1.19-2.11 dá-nos o relatório completo de uma semana cheia de eventos na inauguração do ministério de Jesus. O testemunho de João está ligado com a identificação significativa do Verbo com o Cristo, que estava no mundo a fim de revelar o Pai. O propósito do escritor torna-se patente na seleção dos eventos que logo revelam a trágica separação daqueles que creem dos que não creem O testemunho do Batista é narrado como o pano de fundo de oposição e preconceitos incipientes. Os sacerdotes e levitas mandam uma delegação de Jerusalém para fazer perguntas a respeito do batismo e suas reivindicações (19). Isto não é uma dramatização, sem nenhuma base histórica. Os pormenores, tais como a menção dos levitas, a precisão de data, a localização onde o interrogatório foi feito, evidenciam o interesse pelos fatos. A narrativa só podia advir de uma testemunha ocular. Betânia (28). Como tal lugar não existia doutro lado do Jordão no tempo de Orígenes, este mudou o nome para Betábara, e nesta forma o nome aparece em alguns manuscritos (ver ARC, n.).
Os sacerdotes e levitas perguntam autoritariamente Quem és tu (19). Ao responder, João nega ser o Cristo, Elias ou o profeta predito por Moisés (20,21; Dt 18.15 e segs.). Mais uma vez, eles fazem pressão para saber quem ele pretende ser (22). João declara que é somente a voz do que clama no deserto (23). (Cfr. Is 40.3). Sua missão era preparatória. Interrogado com mais insistência, ele declara que o rito do seu batismo é para purificação. Desfaz-se de toda autoridade e dignidade pessoais. Antes ele testemunha da dignidade dAquele que já está presente no mundo. As palavras do vers. 27 que foi antes de mim (ARC) estão omitidas na ARA, sendo encontradas em alguns MSS.
Os emissários partem, tendo ouvido o testemunho de João a respeito do Messias. No segundo dia, João Batista vê Jesus e O anuncia como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (29). A narrativa de João pressupõe o batismo de Jesus ter sido realizado antes da chegada da delegação. João Batista havia falado com Jesus sobre o significado vocacional da vinda do Messias, e a mensagem ardia no seu coração. O Cordeiro de Deus refere-se, ou ao Cordeiro Pascoal de Êx 12, ou ao cordeiro dos sacrifícios matinais e vespertinos de Êx 29.38-46, ou ao cordeiro de Is 53.4-12. Há também o Cordeiro mencionado em Gn 22.7. A concepção do Messias, como o Cordeiro de Deus, tomando sobre si o pecado do mundo, abrange a idéia de sua morte em termos de sacrifício vicário e redentivo. Jesus é o Cordeiro de Deus "cuja completa obediência cumprira os sacrifícios oferecidos no templo" (Hoskyns). E quase certo que aqui há uma referência à profecia de Isaías. Há também a idéia de remoção das culpas pelo tomar vicariamente o pecado. Vê-se uma sugestão de redenção no sofrimento do cordeiro pascoal com quem Jesus é frequentemente identificado.
Alguns comentaristas modernos julgam que estas gloriosas palavras sejam uma interpolação posterior, acrescentada à narrativa. Segundo eles a significação universal do ato redentivo de Jesus estava além da compreensão do Batista. O pensamento joanino deve ser entendido como revelação divina pronunciada por João Batista, que como muitos profetas antes dele, falou melhor do que conhecia. Alguns sugerem que João se tivesse embebido nas Escrituras do Velho Testamento, especialmente Isaías, onde o significado universal do ministério do Messias é ressaltado. Há certa evidência para tal conclusão no fato de Simeão e Ana e seu ambiente serem familiarizados com aquelas escrituras (Lc 2.32; Is 42.6; Is 49.6).
João aponta mais uma vez para o Messias que vem após ele em manifestação histórica, mas que o precede no que se refere à dignidade e prioridade (30). Eu não o conhecia; a frase implica que João não confiava no seu próprio julgamento. Não há contradição aqui às palavras de Mt 3.14. João está afirmando que ele não sabia que Jesus era o Messias. Tal conhecimento João recebeu de Deus. Como uma pomba (32). O aparecimento de uma pomba que afirma ter sido um fato objetivo (Lc 3.22), serviu de confirmação celestial da descida do Espírito Santo sobre o Filho de Deus. Através deste sinal João teve certeza que Jesus era, realmente, o Messias. Assim sendo, João interpreta o seu ministério messiânico em termos de filiação (34). Não há nenhuma justificação aqui da teoria que Jesus não fosse o Filho de Deus até este momento.