João 1:1-2 — Estudo Bíblico
O princípio do Evangelho do João é de uma importância tal e de tal profundeza de sentido que devemos estudá-lo quase versículo por versículo. O grande pensamento do João é que Jesus não é outro senão o Verbo criador, vitalizador e iluminador dos conceitos grandiosos a respeito de Deus, que Jesus é o poder de Deus que criou o mundo e a razão de Deus que o sustenta, que veio à Terra sob uma forma humana e corpórea.
Aqui, no começo, João diz três coisas sobre o Verbo, e isso quer dizer, que diz três coisas sobre Jesus.
(1) O Verbo existia já no princípio de todas as coisas. O pensamento de João se remonta ao próprio começo da Bíblia: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1). O que João diz é isto — o Verbo não é uma das coisas criadas; estava presente antes da criação. O Verbo não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; o Verbo é uma parte da eternidade e estava com Deus antes do tempo e antes do princípio do mundo. Este pensamento de João recebe um nome técnico na teologia. João estava pensando no que se conhece como a preexistência de Cristo. Em mais de um sentido, esta idéia da preexistência é algo muito difícil de compreender, se não impossível.
Mas significa algo muito simples, muito prático e muito tremendo. Se o Verbo estava com Deus antes de que começasse o tempo, se o Verbo de Deus é parte do esquema eterno das coisas, quer dizer que Deus sempre foi como Jesus.
Às vezes tendemos a pensar em Deus como alguém justo, santo, estrito e vingador; e tendemos a pensar que algo que Jesus fez muda a ira de Deus em amor e alterou a atitude de Deus para os homens. O Novo Testamento desconhece completamente idéia. Todo o Novo Testamento nos diz, e esta passagem de João o faz de maneira especial, que Deus sempre foi como Jesus. O que fez Jesus foi abrir uma janela no tempo para que pudéssemos contemplar o amor eterno e imutável de Deus. Mas podemos nos perguntar: "Se dissermos isso, o que acontece a algumas das coisas que lemos no Antigo Testamento? O que dizer das passagens que falam das ordens de Deus para arrasar cidades inteiras, e destruir homens, mulheres e crianças? Que explicação nos dá da ira, do poder destruidor e do zelo de Deus que aparecem nas partes mais antigas das Escrituras?"
A resposta a essas perguntas é a seguinte: não é Deus quem mudou; o que mudou é o conhecimento de Deus por parte do homem. Os homens escreveram essas coisas porque não conheciam mais que isso. Esse era o estágio ao que tinha chegado seu conhecimento de Deus. Quando um menino está aprendendo um tema, deve fazê-lo passo a passo. Não começa com um conhecimento completo; começa com o que pode compreender e segue avançando cada vez mais. Quando começa a estudar álgebra não começa com o binômio de Newton; parte de equações simples, e continua passo a passo à medida que aumenta seu conhecimento do tema. O mesmo aconteceu com os homens e Deus. Só podiam entender e compreender partes pequenas de Deus. Só quando veio Jesus, os homens viram em forma completa e total como Deus tinha sido sempre.
Conta-se que em uma ocasião uma garotinha tomou contato com as partes mais sangrentas e selvagens do Antigo Testamento. Seu comentário foi: "Mas isso aconteceu antes que Deus se tornasse cristão!" Se podemos expressá-lo da mesma maneira, com toda reverência, quando João diz que o Verbo existiu sempre, antes do princípio das coisas, o que está dizendo é que Deus sempre foi cristão. Diz-nos que Deus foi, é e sempre será igual a Jesus; mas os homens não podiam saber e conhecer isto antes da vinda de Jesus.
(2) João continua dizendo: o Verbo estava com Deus. O que quer dizer com isto? Quer dizer que sempre existiu a relação mais íntima e mais próxima entre o Verbo e Deus. Ponhamo-lo em outra forma mais simples. Sempre existiu a relação mais íntima entre Jesus e Deus. Isso significa que não há ninguém que possa nos dizer como é Deus, qual é a vontade de Deus para conosco, como são o amor, o coração e a mente de Deus, como Jesus pode demonstrar.
Tomemos uma analogia humana muito simples. Se queremos saber o que pensa e sente a respeito de algo uma determinada pessoa, e se não podermos nos aproximar dessa pessoa, não nos dirigimos a alguém que apenas a conhece, a alguém que só a conhece há pouco tempo; vamos a alguém que sabemos que é seu amigo íntimo há muitos anos. Sabemos que o íntimo amigo de muitos anos será capaz de nos interpretar o pensamento e sentimento dessa pessoa. Um pouco parecido é o que diz João a respeito de Jesus. Diz que Jesus sempre esteve com Deus.
Empreguemos uma linguagem muito humana porque é o único que podemos usar. João está dizendo que Jesus mantém uma relação tão íntima com Deus que Deus não tem segredos para ele; e que, portanto, Jesus é a única pessoa de todo o universo que nos pode revelar como é Deus, e o que sente para nós.
(3) Por último João diz que o Verbo era Deus. Não cabe dúvida que se trata de uma frase difícil de compreender, e é difícil porque o grego, que é o idioma em que escrevia João, diz as coisas de maneira diferente da que nós usamos. Quando o grego emprega um substantivo quase sempre o acompanha com o artigo definido. A palavra grega para Deus é theos, e o artigo definido, é ho. Quando o grega fala de Deus não diz somente theos, e sim ho theos. Agora, quando o grego não emprega o artigo definido com o substantivo, este se converte em algo muito mais parecido a um adjetivo; descreve o caráter, a qualidade da pessoa. João não disse que o Verbo era ho theos; isso teria significado que o Verbo era idêntico a Deus; diz que o Verbo era theos — sem o artigo definido — o que quer dizer, em nossas palavras, que o Verbo era do mesmo caráter, essência, qualidade e ser que Deus. Quando João disse o Verbo era Deus não estava dizendo que Jesus era idêntico a Deus; estava dizendo que Jesus é tão perfeitamente o mesmo que Deus em mente, coração e ser, que em Jesus vemos a perfeição como Deus é.
Assim, pois, no próprio começo de seu Evangelho João afirma que em Jesus, e só nele, revela-se de maneira perfeita aos homens tudo o que Deus sempre foi e sempre será, e tudo o que Deus sente com relação aos homens e deseja deles.
Aqui, no começo, João diz três coisas sobre o Verbo, e isso quer dizer, que diz três coisas sobre Jesus.
(1) O Verbo existia já no princípio de todas as coisas. O pensamento de João se remonta ao próprio começo da Bíblia: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gênesis 1:1). O que João diz é isto — o Verbo não é uma das coisas criadas; estava presente antes da criação. O Verbo não é uma parte do mundo que começou a existir no tempo; o Verbo é uma parte da eternidade e estava com Deus antes do tempo e antes do princípio do mundo. Este pensamento de João recebe um nome técnico na teologia. João estava pensando no que se conhece como a preexistência de Cristo. Em mais de um sentido, esta idéia da preexistência é algo muito difícil de compreender, se não impossível.
Mas significa algo muito simples, muito prático e muito tremendo. Se o Verbo estava com Deus antes de que começasse o tempo, se o Verbo de Deus é parte do esquema eterno das coisas, quer dizer que Deus sempre foi como Jesus.
Às vezes tendemos a pensar em Deus como alguém justo, santo, estrito e vingador; e tendemos a pensar que algo que Jesus fez muda a ira de Deus em amor e alterou a atitude de Deus para os homens. O Novo Testamento desconhece completamente idéia. Todo o Novo Testamento nos diz, e esta passagem de João o faz de maneira especial, que Deus sempre foi como Jesus. O que fez Jesus foi abrir uma janela no tempo para que pudéssemos contemplar o amor eterno e imutável de Deus. Mas podemos nos perguntar: "Se dissermos isso, o que acontece a algumas das coisas que lemos no Antigo Testamento? O que dizer das passagens que falam das ordens de Deus para arrasar cidades inteiras, e destruir homens, mulheres e crianças? Que explicação nos dá da ira, do poder destruidor e do zelo de Deus que aparecem nas partes mais antigas das Escrituras?"
A resposta a essas perguntas é a seguinte: não é Deus quem mudou; o que mudou é o conhecimento de Deus por parte do homem. Os homens escreveram essas coisas porque não conheciam mais que isso. Esse era o estágio ao que tinha chegado seu conhecimento de Deus. Quando um menino está aprendendo um tema, deve fazê-lo passo a passo. Não começa com um conhecimento completo; começa com o que pode compreender e segue avançando cada vez mais. Quando começa a estudar álgebra não começa com o binômio de Newton; parte de equações simples, e continua passo a passo à medida que aumenta seu conhecimento do tema. O mesmo aconteceu com os homens e Deus. Só podiam entender e compreender partes pequenas de Deus. Só quando veio Jesus, os homens viram em forma completa e total como Deus tinha sido sempre.
Conta-se que em uma ocasião uma garotinha tomou contato com as partes mais sangrentas e selvagens do Antigo Testamento. Seu comentário foi: "Mas isso aconteceu antes que Deus se tornasse cristão!" Se podemos expressá-lo da mesma maneira, com toda reverência, quando João diz que o Verbo existiu sempre, antes do princípio das coisas, o que está dizendo é que Deus sempre foi cristão. Diz-nos que Deus foi, é e sempre será igual a Jesus; mas os homens não podiam saber e conhecer isto antes da vinda de Jesus.
(2) João continua dizendo: o Verbo estava com Deus. O que quer dizer com isto? Quer dizer que sempre existiu a relação mais íntima e mais próxima entre o Verbo e Deus. Ponhamo-lo em outra forma mais simples. Sempre existiu a relação mais íntima entre Jesus e Deus. Isso significa que não há ninguém que possa nos dizer como é Deus, qual é a vontade de Deus para conosco, como são o amor, o coração e a mente de Deus, como Jesus pode demonstrar.
Tomemos uma analogia humana muito simples. Se queremos saber o que pensa e sente a respeito de algo uma determinada pessoa, e se não podermos nos aproximar dessa pessoa, não nos dirigimos a alguém que apenas a conhece, a alguém que só a conhece há pouco tempo; vamos a alguém que sabemos que é seu amigo íntimo há muitos anos. Sabemos que o íntimo amigo de muitos anos será capaz de nos interpretar o pensamento e sentimento dessa pessoa. Um pouco parecido é o que diz João a respeito de Jesus. Diz que Jesus sempre esteve com Deus.
Empreguemos uma linguagem muito humana porque é o único que podemos usar. João está dizendo que Jesus mantém uma relação tão íntima com Deus que Deus não tem segredos para ele; e que, portanto, Jesus é a única pessoa de todo o universo que nos pode revelar como é Deus, e o que sente para nós.
(3) Por último João diz que o Verbo era Deus. Não cabe dúvida que se trata de uma frase difícil de compreender, e é difícil porque o grego, que é o idioma em que escrevia João, diz as coisas de maneira diferente da que nós usamos. Quando o grego emprega um substantivo quase sempre o acompanha com o artigo definido. A palavra grega para Deus é theos, e o artigo definido, é ho. Quando o grega fala de Deus não diz somente theos, e sim ho theos. Agora, quando o grego não emprega o artigo definido com o substantivo, este se converte em algo muito mais parecido a um adjetivo; descreve o caráter, a qualidade da pessoa. João não disse que o Verbo era ho theos; isso teria significado que o Verbo era idêntico a Deus; diz que o Verbo era theos — sem o artigo definido — o que quer dizer, em nossas palavras, que o Verbo era do mesmo caráter, essência, qualidade e ser que Deus. Quando João disse o Verbo era Deus não estava dizendo que Jesus era idêntico a Deus; estava dizendo que Jesus é tão perfeitamente o mesmo que Deus em mente, coração e ser, que em Jesus vemos a perfeição como Deus é.
Assim, pois, no próprio começo de seu Evangelho João afirma que em Jesus, e só nele, revela-se de maneira perfeita aos homens tudo o que Deus sempre foi e sempre será, e tudo o que Deus sente com relação aos homens e deseja deles.