Introdução ao Capítulo 5-7 de João
OUTROS SINAIS E DISCURSOS NA GALILÉIA, E O INÍCIO
DA CONTROVÉRSIA COM OS JUDEUS Jo 5.1-7.52
Muitos comentaristas atuais (por ex. McGregor, Bernard) trocam a posição textual dos capítulos 5 e 6. Nesta hipótese, o capítulo 6 segue o capítulo 4. Presume-se que a transposição dá melhor ordem cronológica aos outros eventos relatados nestes dois capítulos. Sendo assim, a referência em Jo 6.1, feita a Jesus atravessando o Mar da Galileia, seguiria, naturalmente, a narrativa de Jo 4.46-54. Da mesma maneira, a festa mencionada em Jo 5.1 seria identificada com a páscoa de Jo 6.4, e o milagre operado por Jesus em Jo 7.21 seria ligado mais estreitamente com o incidente em Betesda. Tal proximidade textual porém não é necessária. O milagre realizado facilmente se destaca, tendo em vista a controvérsia que causou. Pode ser colocado, então, no seu contexto, em Jo 7.21. A identificação da páscoa com a festa referida em Jo 5.1 está baseada em um velho manuscrito que traduz a festa dos judeus. As versões em português traduzem mais exatamente uma festa dos judeus. É evidente que Jo 6.1 introduz uma nova etapa na missão de Jesus. É difícil estabelecer seguramente uma seqüência cronológica dos incidentes. Sabe-se que Jesus foi à Galiléia depois dos acontecimentos narrados no capítulo 5. Segue-se então a repentina declaração que Ele foi para o outro lado do mar. Esta súbita retirada de Jesus parece coincidir com a triste notícia da execução do Batista, e a volta dos doze, eventos descritos pelos sinóticos (Mt 14.13; Mc 6.31-32; Lc 9.10). O motivo da retirada de Jesus foi sua necessidade de tranqüilidade. A localidade escolhida foi Betesda, ao outro lado do mar (Lc 9.10).
Parece-nos que Jo 6.1 segue os acontecimentos descritos pelos sinóticos. O ministério de Jesus na Galileia termina em Jo 7.2, portanto, é bem provável que aquele ministério ocupa os capítulos Jo 5.1-7.2, e principalmente o capítulo 6, o qual descreve dois importantes milagres, a saber, a multiplicação dos pães para as cinco mil pessoas, e o andar sobre o mar.
A modificação de ordem que transpõe o capítulo 6 para seguir o capítulo 4 pode, certamente, fornecer uma conexão mais coesa entre os eventos narrados, porém não se justifica pelas evidências externas ao nosso dispor. Mais ainda, o evangelista seleciona, propositadamente, certos milagres, conforme a sua utilidade em introduzir os discursos de Jesus. Não foi seu propósito dar uma seqüência cronológica de todos os diferentes incidentes na missão do Messias. Assim sendo, alguns incidentes e períodos se apresentam em forma sintética. Nos quatro primeiros capítulos Jesus dá testemunho do início da nova era messiânica. Seus milagres são sinais dessa nova era e seus discursos afirmam o novo nascimento e o novo culto serem as características essenciais deste novo ministério messiânico. Ele já manifestou o seu poder vivificador. Agora o escritor procura mostrar a natureza da oposição e da hostilidade dos judeus ao Messias, até essas disputas chegarem à rejeição deliberada das reivindicações messiânicas. A controvérsia tem o seu início com a cura do paralítico no capítulo 5.
DA CONTROVÉRSIA COM OS JUDEUS Jo 5.1-7.52
Muitos comentaristas atuais (por ex. McGregor, Bernard) trocam a posição textual dos capítulos 5 e 6. Nesta hipótese, o capítulo 6 segue o capítulo 4. Presume-se que a transposição dá melhor ordem cronológica aos outros eventos relatados nestes dois capítulos. Sendo assim, a referência em Jo 6.1, feita a Jesus atravessando o Mar da Galileia, seguiria, naturalmente, a narrativa de Jo 4.46-54. Da mesma maneira, a festa mencionada em Jo 5.1 seria identificada com a páscoa de Jo 6.4, e o milagre operado por Jesus em Jo 7.21 seria ligado mais estreitamente com o incidente em Betesda. Tal proximidade textual porém não é necessária. O milagre realizado facilmente se destaca, tendo em vista a controvérsia que causou. Pode ser colocado, então, no seu contexto, em Jo 7.21. A identificação da páscoa com a festa referida em Jo 5.1 está baseada em um velho manuscrito que traduz a festa dos judeus. As versões em português traduzem mais exatamente uma festa dos judeus. É evidente que Jo 6.1 introduz uma nova etapa na missão de Jesus. É difícil estabelecer seguramente uma seqüência cronológica dos incidentes. Sabe-se que Jesus foi à Galiléia depois dos acontecimentos narrados no capítulo 5. Segue-se então a repentina declaração que Ele foi para o outro lado do mar. Esta súbita retirada de Jesus parece coincidir com a triste notícia da execução do Batista, e a volta dos doze, eventos descritos pelos sinóticos (Mt 14.13; Mc 6.31-32; Lc 9.10). O motivo da retirada de Jesus foi sua necessidade de tranqüilidade. A localidade escolhida foi Betesda, ao outro lado do mar (Lc 9.10).
Parece-nos que Jo 6.1 segue os acontecimentos descritos pelos sinóticos. O ministério de Jesus na Galileia termina em Jo 7.2, portanto, é bem provável que aquele ministério ocupa os capítulos Jo 5.1-7.2, e principalmente o capítulo 6, o qual descreve dois importantes milagres, a saber, a multiplicação dos pães para as cinco mil pessoas, e o andar sobre o mar.
A modificação de ordem que transpõe o capítulo 6 para seguir o capítulo 4 pode, certamente, fornecer uma conexão mais coesa entre os eventos narrados, porém não se justifica pelas evidências externas ao nosso dispor. Mais ainda, o evangelista seleciona, propositadamente, certos milagres, conforme a sua utilidade em introduzir os discursos de Jesus. Não foi seu propósito dar uma seqüência cronológica de todos os diferentes incidentes na missão do Messias. Assim sendo, alguns incidentes e períodos se apresentam em forma sintética. Nos quatro primeiros capítulos Jesus dá testemunho do início da nova era messiânica. Seus milagres são sinais dessa nova era e seus discursos afirmam o novo nascimento e o novo culto serem as características essenciais deste novo ministério messiânico. Ele já manifestou o seu poder vivificador. Agora o escritor procura mostrar a natureza da oposição e da hostilidade dos judeus ao Messias, até essas disputas chegarem à rejeição deliberada das reivindicações messiânicas. A controvérsia tem o seu início com a cura do paralítico no capítulo 5.